As mudanças climáticas emergem como uma das preocupações mais urgentes enfrentadas pela humanidade atualmente. Segundo o secretário geral da ONU, António Guterres, até 2050, cerca de 22% das grandes cidades do mundo, com seus densos centros urbanos, estarão sujeitas a altas temperaturas, inundações e secas. A cada grau Celsius de aumento na temperatura global, as chuvas tendem a se intensificar em até 7% em todo o planeta.
É evidente que os efeitos das mudanças climáticas já são perceptíveis em nosso dia a dia. Se continuarmos nesse rumo, as perspectivas são sombrias. O relatório do IPCC, o painel científico para o clima da ONU, adverte que, nas próximas duas décadas, enfrentaremos uma série de riscos climáticos inevitáveis decorrentes do aquecimento global de 1,5°C.
As mudanças climáticas já estão alterando o ecossistema global de maneira significativa, com o derretimento das calotas polares, aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos e perda de biodiversidade.
No setor agrícola, as transformações no clima afetam a produção de alimentos de diversas formas, incluindo mudanças nos padrões de chuva, aumento da incidência de pragas e doenças e perda de terras aráveis devido à desertificação e erosão do solo. Isso tem levado a uma diminuição da produtividade agrícola e ao aumento da insegurança alimentar em várias regiões do mundo.
Diante desses desafios, é crucial que adotemos medidas significativas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e promover a adaptação às mudanças que são inevitáveis. Isso inclui a redução das emissões de gases de efeito estufa, o investimento em energias renováveis, a conservação e restauração dos ecossistemas naturais e o fortalecimento da resiliência das comunidades vulneráveis.
Um dos meus projetos, o Projeto Patrimônio Verde, visa ajudar o Brasil a cumprir os compromissos assumidos durante a Convenção do Clima de Paris. Por meio dessa iniciativa, buscamos reduzir a pressão exercida sobre as florestas nativas do país, adotando a estratégia de precificar as áreas com florestas nativas em propriedades rurais.
Além disso, implementamos o projeto Selo Agro Verde, que certifica produtos agropecuários brasileiros com base em critérios de origem e conformidade ambiental. Isso proporciona aos consumidores a garantia de que estão adquirindo produtos provenientes de propriedades que aderem às normas ambientais estabelecidas.
A preservação do meio ambiente não é apenas uma necessidade, mas uma responsabilidade moral compartilhada por todos nós, com o objetivo de proteger vidas e assegurar um futuro sustentável.
Zé Silva é deputado federal (Solidariedade-MG)