Artigo

“Dia de fúria”

Nervos a flor da pele no caos de um trânsito a cada dia mais desafiador

Por Raimundo Couto
Publicado em 14 de setembro de 2022 | 05:00
 
 
 
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Do jeito que anda o trânsito em Belo Horizonte não irá demorar e teremos notícia que a vida de fato imita a arte. Para refrescar a memória do leitor lembramos um clássico do cinema americano, que levou o título da coluna nesta semana e que mostra um cidadão chegando às últimas consequências levados pelo total stress da vida cotidiana.

Estresse

O filme “Um Dia de Fúria” aborda a paranoia urbana, tema contemporâneo e que atinge a grande maioria das pessoas que vivem nas principais metrópoles do mundo, refletindo as angústias que a grande concentração de pessoas num mesmo local traz para o nosso cotidiano.

Mão na buzina

Uma das formas (perigosas) que esta população encontra de extravasar toda a ira acumulada ao longo do tempo é descarregar a buzina, falar mal e se irritar durante um engarrafamento. Coisa mais comum de acontecer em Belo Horizonte, por exemplo, que vem vivendo um verdadeiro caos no cada vez mais carregado trânsito de cada dia.

Retrato da vida

Dirigido por Joel Schumacher e estrelado por Michael Douglas, a película retrata a vida moderna, especialmente nas grandes cidades o que propicia muitos momentos desgastantes, graças ao seu ritmo de vida alucinante e estafante, onde a grande maioria das pessoas procura ser o mais dinâmico possível, privilegiando a velocidade da informação e das atividades que realizamos diariamente.

Limite

O protagonista chega a seu limite nervoso ao abandonar o carro em pleno engarrafamento. Hollywood à parte está passando da hora de refletirmos. Em menos de dez anos praticamente dobramos o número de automóveis nas ruas da cidade. Hoje são cerca de 2,3 milhões de carros que circulam nestes quarteirões de ruas estreitas e com vários cruzamentos.

Vida engarrafada

Esta leva diária que passa pela Divisão de Registro de Veículos do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran- MG), para receber a placa e o selo, aponta que a economia do estado e do país deve ir muito bem, obrigado, mas a qualidade de vida do motorista de BH está a cada dia pior, com tantos carros engarrafados a cada esquina.

Mal planejada

Particularmente, em Belo Horizonte, um dos vários motivos para explicar o que acontece em paralelo ao óbvio e visível crescimento de nossa frota, é o fato dos quarteirões da cidade, que surgiu planejada, tenham sido projetados tão curtos.

Quarteirões curtos

Assim, desta forma, a cada 100 metros aparece uma esquina, um sinal vermelho que pisca, fechando o trânsito, muito antes que o verde, que liberou os outros veículos deste cruzamento, tenha permanecido acesso a ponto de dar vazão ao grande fluxo que aguardava o momento de seguir adiante.

Solução?

Resultado: o vermelho vira verde e todos eles se encontram, engarrafados, está feita a confusão, saraivadas de buzina, xingamentos e ameaças, deixando o motorista mais nervoso e estressado. Alternativas paliativas devem estar sendo estudas, uma vez que a ineficiência do transporte público, que seria a solução definitiva, impera.

Fiscais nas ruas

Alguma providência a de ser tomada. Enquanto não é possível se tornar atitude definitiva que resolva de vez o problema em sua essência, porque não a BHTrans, que é tão eficiente na fiscalização dos rotativos, não use de sua expertise para colocar na rua seu efetivo de fiscais controlando o fluxo dos automóveis.

Apito

E, se for o caso, com o bom e velho apito nas mãos, ditando, sonoramente, a hora de seguir e a hora de parar. A presença impõe respeito e sugere organização. Então, por que não?

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