NEGÓCIOS

Zema embarca para os EUA para “vender’ o lítio do Vale do Jequitinhonha  

Região tem cerca de R$ 5,5 bilhões de investimentos já confirmados na exploração do metal alcalino e governo vai prospectar novos negócios para a cadeia produtiva  

Por Karlon Aredes
Publicado em 08 de maio de 2024 | 15:28
 
 
 
normal

Romeu Zema, governador de Minas Gerais, embarca para Nova York, Estados Unidos, no próximo sábado (11/5) para “vender” o lítio que está no subsolo do Vale do Jequitinhonha. Missão do governo vai se reunir com empresas de várias partes do mundo para tentar levar investimentos para toda a cadeia do mineral na região mineira. “Estamos otimistas para diversificar a cadeia local”, disse o governador nesta quarta-feira (8/5), em café da manhã com representantes de empresas jornalísticas.

Desde 2019, o governo do Estado trabalha para desenvolver a cadeia do lítio no Vale do Jequitinhonha, em projeto denominado Vale do Lítio. Em 9 de maio de 2023, a iniciativa foi oficializada na maior bolsa de valores do mundo em negócios de tecnologia e inovação, a Nasdaq. O projeto tem como grande prioridade desenvolver cidades do Norte e Nordeste do Estado, gerando mais empregos e renda para a população. Tudo isso aproveitando o potencial em torno da cadeia produtiva do lítio. Na aposta do governador Zema, seriam cerca de 10 mil empregos gerados na região.

Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, o potencial desse metal alcalino de coloração branco-acinzentada vai além da extração nas minas. “O interesse pelo seu uso no processo de transição energética global, bem como na indústria de medicamentos, vem contribuindo para o desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha também em outras frentes, como educação, empregabilidade, financeira e na diversificação da economia da região”, informa a secretaria.

A atração de investimentos privados por meio do projeto, inclusive, é destacado pelo governo. O valor total já ultrapassa os R$ 5,5 bilhões. E cinco grandes empresas estão investindo na região, duas delas já em operação e exportando o mineral. De acordo com dados mais recentes do IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita de Araçuaí, uma das cidades contempladas pelos investimentos, saiu de R$ 10.984,42, em 2018, para R$ 14.163,67, em 2021, alta de 28,94% no período. Em Itinga, município vizinho e que também integra o Projeto Vale do Lítio, o indicador foi R$ 8.220,89 para R$ 9.849,06, no mesmo intervalo, avanço de 19,8% na média per capita. Os outros 12 municípios que compõem o Vale do Lítio são: Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste de Minas, e Rubelita e Salinas, no Norte mineiro. 

A extração de minério de lítio no Vale do Jequitinhonha é feita pelas empresas Companhia Brasileira de Lítio (CBL), que opera desde 1991 na região, e Sigma Lithium, desde 2023, nos municípios de Araçuaí e Itinga. Há também investimentos previstos para a região por parte das mineradoras Atlas Lithium, Lithium Ionic e Latin Resources, com início estimado para os próximos dois anos, conforme informou a Secretaria de Desenvolvimento.  “Vamos multiplicar o número de empresas na região”, prevê Zema.

Minas Gerais detém, até o momento, toda a produção brasileira de lítio. De acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), o valor da produção do mineral no Estado deu um salto de R$ 68 milhões em 2019 para R$ 1,7 bilhão em 2022. No mesmo intervalo, a produção beneficiada de lítio saiu de 47,82 mil t/ano para 143,72 mil t/ano. A arrecadação de Cfem de 2019 a 2023 do mineral disparou de R$ 1,419 milhão para R$ 55,1 milhões. Em 2024, até abril, o recolhimento dos royalties da mineração de lítio já chega a R$ 7,6 milhões. 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!