SÃO PAULO. A segunda noite de desfiles no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, foi bastante diferente da primeira. De sábado para domingo, o público lotou as arquibancadas e mais de uma escola fez apresentações de destaque, que as colocarão na briga pelo título. A Império de Casa Verde se destacou com um desfile exuberante, mas encontrou páreo na Vai-Vai e na Dragões da Real. A apuração será na terça-feira (13), a partir das 16h15.
A Casa Verde apresentou o enredo O Povo: A Nobreza Real, sugerindo uma revolução social a partir da qual o povo deixaria de ser dominado. No desfile, o carnavalesco Jorge Freitas teceu paralelos entre a Revolução Francesa e a situação brasileira de hoje.
Na referência ao Brasil, integrantes da escola da zona norte bateram panelas. “Na alma da gente/a esperança continua/vem pra rua”, dizia também o samba. “Vem pra rua” é expressão que se popularizou em protestos nos últimos anos no Brasil.
Maior campeã da história do Carnaval paulistano, com 15 títulos, a Vai-Vai escolheu a história de um personagem nacionalmente querido: o cantor e compositor baiano Gilberto Gil, 75. “Minha história foi muito bem contada, de forma simples, direta. Nada cansativo, um percurso de 50 minutos”, concluiu o baiano.
Escola mais jovem do Grupo Especial, a Dragões da Real (17 anos), fundada por torcedores do São Paulo Futebol Clube, bateu na trave em 2017 e deixou o título com a Tatuapé no último quesito da apuração. Desta vez, deixou claro que não quer deixar que isso se repita, fazendo um desfile de alto nível, tematizando a música caipira.
Foliões lotam 23 de Maio
A avenida 23 de Maio, escolhida pela prefeitura de São Paulo para abrigar megablocos, ficou lotada no domingo (11) com foliões embalados por ritmos diversos, do axé ao funk. A via é uma das mais importantes da cidade e faz a ligação entre as regiões Sul e Norte. Com blocos populares, como o Domingo Ela Não Vai e o Vou de Táxi, e barracas de churrasco grego e hambúrguer artesanal, a via atraiu um público variado que ocupava cerca de 800 metros. A estrutura, porém, enfrentava gargalos. Com a maior parte da avenida dividida por uma trilha de grades de segurança, os participantes tinham que pular as barreiras para ir de um lado para o outro.
Na Vila Madalena (zona Oeste), o clima deste domingo no meio da tarde ainda era calmo, reunindo, segundo moradores e comerciantes locais, menos foliões do que em outros Carnavais. O ambulante Amarildo Silva, 36, diante do movimento fraco, disse que iria para o largo da Batata.