A balsa que liga as cidades de Delfinópolis a Cássia, no Sul de Minas, é a mais recente vítima da seca. No último fim de semana, a embarcação encalhou quando transportava estudantes universitários em dois ônibus e carros de passeio. O nível da represa, que é um dos mais baixos da história, expôs o problema da falta de acesso a Delfinópolis, que deve começar a ser resolvido nos próximos meses.
A concessionária Furnas, que administra a usina de Mascarenhas de Moraes e o reservatório onde a balsa encalhou, se comprometeu a fazer o projeto executivo de uma ponte que vai ligar as duas cidades. A reivindicação é antiga, mas nunca houve movimentação prática. “É uma demanda histórica, mas nunca teve um projeto. Para esse tipo de obra, falta mais projeto do que recurso”, diz o deputado federal Reginaldo Lopes (PT), que está intermediando as negociações entre a empresa e a prefeitura.
A ideia é que o projeto seja incorporado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com o deputado, a concessionária não informou o prazo para concluir o projeto mas, provavelmente, ele poderá ser apresentado no PAC de 2015. O custo da obra e o tempo de execução serão apontados pelo projeto, mas é uma questão de anos.
Audiências. Os problemas causados pela crise hídrica foram discutidos nesta quinta em audiências públicas na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte e na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Na Câmara, vereadores, empresários e representantes do poder público discutiram a aplicação prática do projeto que prevê o reúso da “água cinza”, utilizada nas pias e chuveiros.
Na Assembleia, o foco foi a dificuldade de aplicação dos recursos do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas (Fhidro), que recebe poucos projetos.