Os credores da MMX Sudeste aceitaram receber menos e aprovaram ontem o plano de recuperação judicial da mineradora de Eike Batista. Segundo o presidente da empresa, Ricardo Werneck, agora é colocar a venda de ativos em prática e arrecadar os recursos para os pagamentos, que ultrapassam R$ 700 milhões.
Como a holandesa Trafigura já apresentou uma proposta de compra para o complexo Serra Azul, na divisa dos municípios de Igarapé, Brumadinho e São Joaquim de Bicas, a mina está bem perto de ser reativada.
“Vamos trabalhar para cumprir as condicionantes impostas para que a Trafigura assuma a mina e a coloque para funcionar em breve”, destaca Werneck. A empresa já comprou parte do Porto Sudeste, que liga Serra Azul a Itaguaí, no Rio de Janeiro.
O complexo Serra Azul está parado desde meados do ano passado, quando a MMX entrou com pedido de recuperação judicial.
A situação ainda foi agravada pelo declínio do preço do minério, que despencou de um pico de US$ 180 para cerca de US$ 50. E ainda houve um embargo do Ministério Público Estadual, que restringiu as escavações no local. Esse embargo está entre os desafios a serem derrubados pelos novos donos da mina.
O plano inclui vender a mina, que já tem oferta de R$ 70 milhões, mais R$ 70 milhões de royalties; além da venda de propriedades que somam 2.500 hectares e devem gerar R$ 45 milhões. Também estão previstas a venda dos terminais de carga de Sarzedo (TCS) e o de Paraopebas (TCP), que devem render R$ 24 milhões. A renda será usada para pagar proporcionalmente os credores.