A indústria brasileira compra a oitava energia mais cara do mundo, numa comparação com 27 países analisados pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A tarifa brasileira é de R$ 342,7 por MWh, 24,3% superior à média desses países (R$ 275,74).
Na comparação com os Estados Unidos, o custo é 167% maior. A média norte-americana é de R$ 128, 23 pelo MWh. E entre os países que formam os BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o custo da energia no Brasil é superior ao da China (R$ 201,48) e Rússia (R$ 150,35) e inferior ao custo na Índia (R$ 596,96), que é o mais alto, conforme o levantamento atualizado ontem pela Firjan. Os vizinhos Argentina (R$ 57,63) e Paraguai ( R$ 97,81) têm energia bem mais barata que a brasileira, ocupando os últimos lugares no ranking.
Decisões erradas. O consultor de energia Rafael Herzberg afirma que a situação do país poderia ser bem diferente. “Tecnicamente, a energia proveniente das hidrelétricas é a mais barata na comparação com outras matrizes energéticas. Só que no Brasil há outras variáveis que devem ser consideradas na composição do preço. No país, tem gente que ocupa cargos importantes no setor, mas não é especialista, não conhece a área, daí surgem decisões equivocadas”, observa.
MG x SP
Comparação. Em Minas Gerais, o preço médio da energia para a indústria (com tributos) é de R$ 347,61 por MWh, mais cara que a média de São Paulo, que é de R$ 320,98.