A humanização dos pets é a nova tendência do mercado para animais domésticos, e Belo Horizonte terá, a partir do próximo dia 10, uma loja dirigida para os clientes que enxergam seus cães e gatos como membros da família, mais do que bichinhos de estimação: a Padaria Pet, no bairro Buritis, na região Oeste da capital. O conceito vai muito além de uma pet shop convencional, e oferece até um espaço com piscina de bolinhas para festas de aniversário de cachorros, alem de produtos ‘humanizados’, como cerveja para cães, panetones, gelatina, bolos e molhos para ração. Minas Gerais é o Estado com maior número de residências com cães domésticos do Brasil, 46,7%, segundo dados do IBGE.
Para a jornalista Ana Flávia de Oliveira, 35, a relação dos humanos com os animais passou por uma transformação. “Percebo isso tanto em relação à quantidade enorme de produtos que estão disponíveis como dentro da minha própria casa. Antes, os bichos viviam do lado de fora, no quintal. Hoje, são criados dentro de casa”, conta Ana Flávia, que tem duas cadelas vira-latas: Jujuba e Jolie, de 4 anos. Ela relata que considera seus pets verdadeiros membros de família e que, quando viaja com a mãe, sempre traz um lembrancinha para elas.
“Quando resolvemos trazer a Padaria Pet para Belo Horizonte, buscávamos um mercado em expansão e uma novidade, já que não existe uma loja semelhante na cidade”, explica o empresário Marcelo Zamana, que trouxe a franquia de São Paulo. “A estimativa é que o mercado pet tenha um crescimento de 7% em 2017 ante o ano anterior”, diz Zamana, que investiu R$ 150 mil na loja de 130 m² e acredita que o investimento inicial total ficará entre R$ 180 mil e R$ 200 mil. Além do espaço para aniversário e da padaria, a Padaria Pet terá uma butique, com roupas, camas, almofadas e acessórios para cães e gatos, um centro de estética e uma clínica veterinária.
Dentro desse conceito de humanizar os pets, uma das principais preocupações é com a saúde dos animais. Ana Flávia conta que oferecia ração superpremium para suas cadelas, mas, diante do conselho do veterinário, agora oferece comida natural, que ela mesmo cozinha, uma vez por semana. A tendência de oferecer alimentos diferenciados para os animais também é percebida por Zamana. “Vamos vender apenas ração sem conservantes e teremos comida natural congelada e também comida desidratada, que é só acrescentar água e servir”, afirma.
Crematórios. Na região metropolitana da capital estão disponíveis crematórios para pets como o Bosque das Águas Claras, em Macacos, Nova Lima e o Lumina Memorial Crematório em Itabirito.
Franquia
R$ 30 mil é a taxa de franquia para lojas físicas em outras cidades além de São Paulo
R$ 180 mil é o investimento total inicial na loja, que pode variar e chegar até R$ 200 mil
R$ 60 mil é o faturamento mensal estimado quando a loja já estiver consolidada
Produtos
Cerveja. Sem teor alcoólico e sem gás. R$ 7,50
Panetone. Com flocos de carne e trigo integral. R$ 7
Muffin. Nos sabores laranja, coco e chocolate. R$ 5
Bolo de caneca. Sem glúten, açúcar e lactose. R$ 8,90
Sorvete. Sabores de frutas e iogurte. R$ 4,50
Gelatina. Sabores de ervas, como hortelã. R$ 8,90
Loja deve trazer adestramento “judog” para capital mineira
Em suas lojas de São Paulo, a Padaria Pet oferece o serviço de adestramento para cães chamado “judog”, que funciona como um judô para cachorros, com uso de faixas, da branca até a preta, para os animais mais bem treinados. “Pretendemos trazer o ‘judog’ para a loja de Belo Horizonte em um futuro próximo”, afirma o empresário Marcelo Zamana, que trouxe o conceito da padaria para a capital.
“Após a inauguração, vamos avaliar novos serviços que poderão ser adotados na cidade”, conta. Entre esses estudos está o delivery. “Percebemos que aqui os centros de estética entregam o animal em casa. Não é o conceito usado em São Paulo. Mas, se percebermos que teremos demanda, vamos oferecer o serviço”, afirma.
Venda sobe 500% com cesta de Natal
As vendas de Natal não foram boas apenas para o comércio convencional em 2017. A Ipet Snacks teve, segundo seu proprietário, Lucas Marques, um crescimento de 500% de seu faturamento no último trimestre do ano em função do lançamento da cesta Natauau, com produtos específicos para animais, como panetone, vinho, e ketchup desenvolvidos para o paladar canino.
“É um mercado que não sentiu a crise porque está em expansão. Os novos produtos ajudam na evolução do faturamento”, diz Marques, que também fala em “humanização dos pets”. “Hoje o cliente trata o animal como um filho ou como um neto e quer que o animal siga seu estilo de vida. Tanto que pessoas veganas hoje procuram produtos veganos para seus cães”, diz.