A japonesa Nippon Steel, que divide o controle da Usiminas com a ítalo-argentina Ternium/Techint, pretende contestar na Justiça o nome de Sergio Leite no cargo de diretor presidente da Usiminas, no lugar de Rômel Erwin de Souza. A escolha foi sacramentada no dia 25 de maio, na última reunião do conselho de administração. “A Nippon acredita que houve claramente uma violação do acordo de acionistas da Usiminas, que requer consenso prévio entre a Nippon e Ternium para a indicação do presidente e membros da diretoria”, destacou a Nippon, por meio de nota.
No comunicado, a Nippon afirma que a Usiminas vive um momento delicado e que uma grande mudança em sua diretoria pode comprometer os esforços para sua recuperação, o que seria contra os interesses de seus acionistas e stakeholders (investidores). A empresa está no meio de um processo de capitalização, no qual conseguiu que os bancos credores aceitassem congelar as dívidas.
A nota surpreendeu os ítalo-argentinos. “A Ternium se manifesta surpresa, uma vez que a escolha de Sergio Leite representa o desejo de todos os grupos representados no conselho de administração, incluindo os trabalhadores, os aposentados e os sócios minoritários”, diz a Ternium.
Dos 11 membros do conselho, seis votaram a favor de Leite, sendo um representante dos empregados, um da previdência, um dos minoritários (BTG Pactual), e três representantes da Ternium. Os dois conselheiros da CSN se abstiveram, e os três representantes da Nippon votaram contra. Na avaliação do conselheiro que representa os trabalhadores, Luiz Carlos Miranda, não há porque contestar a indicação de Sergio Leite, uma vez que ela agradou à maioria. Ele lembra que, há dois anos, quando Rômel entrou no lugar do argentino deposto Julián Eguren, também não houve consenso.
“O Sergio tem 40 anos de Usiminas, conhece a empresa interna e externamente. Nós, trabalhadores, defendemos que o presidente tem que conhecer bem a história da empresa. O engenheiro Rômel também é muito correto e competente, mas a questão é um perfil para este momento, que exige mudança. Não basta ser só técnico, tem que ser um pouco político. E o Sergio tem uma boa costura entre os grupos. Lamento essa postura da Nippon, que tem uma história tão importante com a Usiminas. Não é hora de brigar por um cargo, mas sim de brigar pelo futuro da Usiminas, que gera mais de 100 mil empregos diretos e indiretos na região do Vale do Aço”, afirma Miranda.
Assim como Leite, Rômel Souza era um dos vice-presidentes e funcionário de carreira quando assumiu a presidência, em 2014. Ele entrou no lugar de Eguren, nome indicado pela Ternium na época.
Entre os vices naturalmente indicados à sucessão, Leite seria o mais neutro. Ronald Seckelmann (relações com investidores) e Nobuhico Takamatsu (planejamento corporativo) estão mais ligados aos japoneses. E Tulio Chipolatti (industrial) está mais ligado à Ternium. (Com agências)
Realidade
Resultado da Usiminas
(1º trimestre de 2016)
Prejuízo:
R$ 151 milhões
Dívida líquida:
R$ 5,7 bilhões
Caixa:
R$ 1,73 bilhão, sendo R$ 1,3 bi da Musa
Vendas:
Caíram 28% em relação ao 1º trimestre de 2015
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Resultado da Usiminas
(1º trimestre de 2016)
Prejuízo:
R$ 151 milhões
Dívida líquida:
R$ 5,7 bilhões
Caixa:
R$ 1,73 bilhão, sendo R$ 1,3 bi da Musa
Vendas:
Caíram 28% em relação ao 1º trimestre de 2015
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