Com o dólar norte-americano caro, muitos intercambistas fizeram as contas e mudaram os destinos de suas viagens. É o caso da gerente de loja Alessandra Souza, que trocou Nova York, nos Estados Unidos, por Toronto, no Canadá. “Nova York é uma cidade cara para morar. Só a escola custa o dobro da opção canadense”, diz Alessandra.
Além do valor, ela levou em conta na escolha do destino o fato de ter uma amiga que mora em Toronto, que é a maior cidade do Canadá. “Lá posso fazer um curso técnico que me garante o direito de trabalhar meio período”, observa a jovem formada há dois anos em administração de empresas.
Uma ilha no Mediterrâneo de colonização britânica também vem despertando o interesse de quem pretende fazer intercâmbio, segundo as agências do setor. O atrativo de Malta, conforme o gerente de negócios da Central do Estudante, Fernando Passos, é o preço bem mais acessível, mesmo sendo o euro a moeda oficial. “O custo de vida lá é barato em relação a outros países na Europa, como a Inglaterra”, observa Passos.
Ele diz que esse destino é mais procurado para cursos de curta duração, de um a dois meses. “Cidades menores, destinos menos conhecidos, no geral, têm preços melhores. As capitais têm custo de vida mais caro, e isso pesa mais para quem pretende ficar mais tempo e só estudar”, diz o gerente.
E foram o preço mais em conta e as belas paisagens que fizeram a turismóloga Mariana Maia trocar um curso de espanhol em Buenos Aires por um de inglês na ilha de Malta. “A diferença foi considerável, quase a metade do preço. Aliás, ultimamente, dólar e euro não estão com a cotação tão distante”, frisa.
Ela conta que outras opções mais vantajosas financeiramente eram Canadá e África do Sul. Entretanto, a possibilidade de se fazer turismo aos finais de semana em países da Europa próximos pesou na hora da escolha.
Na World Study, Malta já é o quinto destino mais procurado, segundo o diretor da empresa em Belo Horizonte, Paulo Silva. “A vantagem é que a ilha está na Europa, mas com custo de vida baixo. É mais uma opção para quem quer estudar inglês”, diz. Na agência, as quatro primeiras colocações são ocupadas, respectivamente, por Canadá, Austrália, Irlanda e Nova Zelândia.
O agente especializado em imigração para a Austrália e diretor da M.Quality, empresa de assessoria em imigração e negócios, MaCson Queiroz, diz que o bom momento da economia tem atraído migrantes para a Austrália, que presenciou queda no Produto Interno Bruto (PIB) pela última vez em 1991. No terceiro trimestre de 2015 frente a igual intervalo do ano anterior, o crescimento da economia foi de 2,5%.
Conciliar estudos e trabalho na Austrália definiu a escolha
A possibilidade de se poder conciliar estudos com trabalho foi um dos motivos que pesou na decisão de Priscila Martins de ir para a Austrália em maio deste ano. “Preciso trabalhar para me manter lá e essa possibilidade me chamou a atenção”, observa.
E para quem decidir ir, há oportunidades no agronegócio. O consultor imigratório, no mercado há 14 anos, ressalta que a agroindústria ocupa o terceiro lugar na economia do país.