A Petrobras já converte xisto pirobetuminoso em óleo e gás na SIX, localizada em São Mateus do Sul (PR). A empresa explica, em nota, que utiliza um processo criado e patenteado por ela mesma. Consiste em extrair o xisto da mina, encaminhar para uma unidade de processamento, onde é aquecido. Em seguida, os produtos (óleo de xisto e gás de xisto) são resfriados e coletados.
Nos Estados Unidos e em outros países, o gás de xisto é extraído por “fracking”, um processo físico que fratura a rocha injetando uma mistura de água, areia e produtos químicos com alta pressão. Esse processo, que barateou brutalmente a extração nos outros países, segundo a Petrobras, não é aplicável ao xisto processado pela SIX.
O geólogo Antônio Gilberto Costa, da UFMG, acredita que o Brasil já tenha feito testes de extração de xisto, mas alertou para o passivo ambiental que pode ser gerado. “Mesmo que não existam projetos-piloto, o desenvolvimento dessa tecnologia não leva mais que dois anos”, diz.
Outro ponto que dificulta a extração do gás de xisto no país, segundo o ministro Fernando Pimentel, é a insuficiência de infraestrutura para levá-lo até a indústria. “O custo seria alto porque teríamos que aumentar nossa rede de gasodutos”, explicou. (ND)