SÃO PAULO. Entidades representantes do empresariado brasileiro e norte-americano elaboraram uma proposta de acordo para reduzir as tarifas no comércio entre os dois países ao longo de dez anos. A meta é zerá-las até 2030. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou o documento em evento nessa quarta (7) com a presença do ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira.
A Câmara de Comércio Americana, que representa o lado dos Estados Unidos na proposta, deve divulgá-la nos próximos dias para a equipe de transição que toca a passagem da presidência de Barack Obama para Donald Trump.
Os empresários pedem que os governos iniciem as negociações no começo de 2017 – logo após a posse do republicano, cuja campanha eleitoral teve o comércio exterior como um de seus principais alvos.
O cronograma proposto no acordo é que as negociações comecem em 2017. O horizonte sugerido é o de que, ao longo de dez anos, todas as tarifas impostas às importações de um parceiro e de outro sejam reduzidas gradualmente até zero – o que aconteceria em 2030.
O comércio entre matrizes e subsidiárias seria um dos mais beneficiados pelo acordo, defende a proposta. Essa inserção nas cadeias de valor de grandes indústrias seria um dos principais ganhos para o Brasil com um acordo, diz Bonomo.
Estudo elaborado pela Fundação Getulio Vargas para subsidiar a proposta estima aumento de 1,29% do PIB brasileiro em 2030 caso todas as tarifas comerciais com os Estados Unidos sejam zeradas, e as barreiras não tarifárias – como normas sanitárias– sejam reduzidas em 40%. Nesse cenário, as importações pelo Brasil originárias dos EUA cresceriam 7,46%, enquanto as exportações, 6,94%.
Saem mais dólares do que entram
BRASÍLIA. O fluxo cambial do ano até a última sexta-feira, 2 de dezembro, está no vermelho em US$ 1,691 bilhão, informou o Banco Central. Em igual período do ano passado, o resultado era positivo em US$ 12,286 bilhões.
A retirada líquida de dólares pelo canal financeiro foi de US$ 42,323 bilhões. Esse resultado é fruto de entradas de US$ 408,471 bilhões e de envios de US$ 450,795 bilhões. O segmento reúne investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.