A Usina de Três Marias, construída no leito do rio São Francisco, está operando com 4,1% de sua capacidade, segundo os últimos números do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No mesmo período do ano passado, o volume útil do reservatório estava em 30,21%.
De acordo com documento divulgado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), até o início de novembro a represa atingirá o volume zero, que seria insuficiente para gerar energia. “Depois que chegar no zero, será mais difícil reverter, então o ideal é reduzir a vazão agora, como tem sido feito”, diz o vice-presidente do comitê, Wagner Soares Costa.
A vazão defluente de Três Marias, que estava em 150 metros cúbicos (m³) por segundo no início do mês, está em 142 m³/s atualmente e pode ser reduzida para 120 m³/s.
Segundo os dados da ONS, para cada 142 m³/s que saem do reservatório hoje, entram apenas 10 m³/s. “É muito pouco. Muitos municípios estão sofrendo com a falta de água, e a geração de energia já está muito reduzida”, afirma Costa.
Furnas. A Usina de Furnas também está com o pior nível para o período desde a crise do apagão, em 2001. A represa, que no final de setembro do ano passado operava com 53,69% da capacidade, hoje está com volume útil de 18,53%. “A situação está muito ruim. Não tem água para agricultura, esporte náutico e até mesmo para o consumo”, diz o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Entorno do Reservatório de Furnas (CBH Furnas), Fausto Costa.
Segundo a Furnas Centrais Elétricas, apesar do nível baixo, não existe o risco de a geração de energia ser prejudicada. “O reservatório ainda tem cinco metros acima do limite mínimo, o que permite gerar energia”, explica Costa.
Comparação
Em um ano. No final de setembro de 2013, a vazão afluente de Três Marias era de 143 m³/s e, atualmente, é de 10 m³/s. Em Furnas, a vazão afluente era de 610 m³/s, e hoje é de 63 m³/s.