A Marinha da Nigéria informou neste domingo, dia 16, que destruiu 260 refinarias ilegais de petróleo e queimou quase 100 mil toneladas de combustível contrabandeado, em uma megaoperação para tentar diminuir o roubo de petróleo no país. Mesmo assim, críticos afirmam que o combate a pequenos infratores não enfrenta o grande problema do setor petroleiro: cartéis criminosos ligados a políticos que vendem a commodity nos mercados internacionais.
Muitos moradores do delta do rio Níger dizem que são compelidos a roubar petróleo dos dutos de grandes companhias que atuam no país porque nunca foram ressarcidos de maneira adequada por décadas de vazamentos e outro problemas ambientais, que matam os peixes e arruínam os campos aráveis.
A Shell, maior petroleira que atua na Nigéria, disse que perdeu US$ 1 bilhão com o roubo de petróleo em 2013. Separadamente, a companhia informou neste domingo que um vazamento em um oleoduto submarino forçou o fechamento do terminal de exportação de Forcados, que tem capacidade de 400 mil barris por dia.
A corrupção nos altos escalões do governo nigeriano é endêmica. Recentemente o presidente do país, Goodluck Jonathan, anunciou uma investigação internacional para verificar o que aconteceu com quase US$ 20 bilhões que desapareceram das contas do Tesouro, que eram oriundos do petróleo vendido entre janeiro de 2012 e julho de 2013.
Confrontos. Conflitos em três vilarejos no centro da Nigéria deixaram pelo menos 100 mortos neste fim de semana, segundo informaram autoridades locais. De acordo com Yakubu Bitiyong, deputado da assembleia do Estado da Kaduna, pelo menos 40 homens armados com pistolas e facões invadiram as vilas de Angwan Gata, Chenshyi e Angwan Sankwai durante a noite, atacando os moradores locais e incendiando suas casas.
O porta-voz da polícia de Kaduna, Aminu Lawan, confirmou o ataque, mas se recusou a fornecer uma estimativa sobre o número de mortos ou dar detalhes sobre o grupo que está por trás desse episódio. Moradores locais dizem que o banho de sangue é resultado das ações do grupo Muslim Fulani.
Os episódios de violência na região central da Nigéria estão relacionados principalmente às disputas por terra entre os nômades muçulmanos e os fazendeiros cristãos.
Agência Estado