Brasília. O ex-ministro José Dirceu quer considerar os 11 anos em que viveu na clandestinidade, durante a ditadura militar, na contagem para sua aposentadoria. Ele quer se aposentar. Esse período abrange sua prisão no Congresso da União Nacional do Estudante (UNE), em Ibiúna (SP), em 1968, até a abertura política, em 1979, quando desfez cirurgia plástica que alterou seu rosto e voltou a viver em definitivo no Brasil.
A pretensão de Dirceu precisa ser apreciada pela Comissão de Anistia, ligada ao Ministério da Justiça, órgão que julga e concede, ou não, contagem para a aposentadoria dos anos de perseguição política, além de indenização financeira. O ex-ministro já foi anistiado em fevereiro de 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Seu processo foi aprovado por unanimidade de nove votos, e a comissão concedeu a Dirceu o direito de reparação econômica, em prestação única, de R$ 59,4 mil.
Dirceu, à época, não solicitou contagem de tempo para se aposentar, o que vai fazer agora, para tentar completar o tempo que falta para a aposentaria. Ele argumenta que os anos de perseguição o impediam de exercer atividade profissional.
José Dirceu foi deputado estadual em São Paulo e deputado federal por dez anos e dez meses, até ser cassado em 2005. Esse período como parlamentar em Brasília conta para sua aposentadoria. Destes, quatro anos foram pelo Instituto de Previdência dos Congressistas e seis anos e dez meses pelo Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC).
Teto
Valor. Se comprovar 35 anos de tempo de serviço, Dirceu poderá receber, pela Câmara, proporcional à aposentadoria integral, cerca de R$ 10 mil. Valor superior ao teto do INSS, de R$ 4.300.