A posse dos 77 deputados estaduais movimentou a Assembleia mineira, em pleno domingo. Nem mesmo o forte sol desanimou quem esteve lá neste domingo prestigiando seu deputado. Gabinetes receberam festinhas particulares e, pelos corredores, não faltaram salgadinhos e refrigerantes para servir os convidados dos parlamentares.
Um pequeno grupo de manifestantes contra o PT não tirou o bom humor dos eleitores que fizeram papel de coadjuvantes na posse. “Nós que pagamos os salários dessa vagabundagem”, bradava o administrador de empresas Paulo Domingo, na entrada da Casa Legislativa.
Um outro grupo a favor da abertura de vagas de investigadores na Polícia Civil também conseguiu espaço do lado de fora para exibir cartazes de apelo ao governador Fernando Pimentel (PT). “O déficit de investigadores em Minas Gerais é de 50%. Fazemos esse movimento por mais vagas”, explicou Veridiane Marcondes.
Dangelo Pablo já estava em clima de Carnaval. Eleitor do presidente da Casa, Adalclever Lopes (PMDB), ele saiu de trem de Iapu, no Vale do Aço, e desembarcou na praça da Estação. “Cheguei na praça e tinha um samba. Sambei a noite toda”, contava animado. Da mesma cidade dele, o presidente do PMDB municipal, Jorge Melo, também participou da posse, neste domingo. “A expectativa é boa, mas vamos aguardar. O problema vai ser resolvido, mas não de imediato”, disse, ao ser questionado sobre o que espera do mandato de Adalclever e da solução para a crise hídrica, que também afeta Minas Gerais.
Quem também estava animada era a eleitora de Ione Pinheiro (DEM) Filomena das Graças. Segurando um cartaz com fotos da deputada com crianças, ela desejava boa sorte para mais um representante do clã Pinheiro na vida pública. Ione é irmã do ex-presidente Dinis Pinheiro (PP), que, no ano passado, foi derrotado como candidato a vice-governador na chapa do tucano Pimenta da Veiga.
Enquanto deputados faziam juramento no plenário, insatisfeitos reclamavam direitos do lado de fora. A servidora pública Nilcéia Martins Nascimento levou um cartaz, mas não pôde entrar no plenário, que teve acesso limitado durante a eleição da Mesa Diretora. Ela manifestava a favor de uma solução para os cerca de 70 mil comissionados da Secretaria de Estado Educação, afetados pela Lei 100.
O ex-deputado Pinduca (PP) foi prestigiar os colegas e relembrou que perdeu a eleição por apenas 45 votos. “Meu trabalho continua. Dizem que é proibido ajudar o povo. Tive processo e fui absolvido. Trabalhar para o povo é pecado, é crime”, reclamava o político, que já respondeu na Justiça por usar ambulâncias como moeda de troca eleitoral.