Desejo sempre presente entre os peemedebistas, a candidatura do partido à Presidência ganha força num momento em que a sigla ocupa os comandos da Câmara e do Senado e a vice-Presidência da República. Integrantes da legenda evitam cravar nomes, mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ganham cada vez mais força internamente.
Diante das dificuldades enfrentadas pelo PT na gestão de Dilma Rousseff, a decisão de trabalhar para um nome próprio é articulada pelas principais lideranças peemedebistas e já foi comunicada aos secretários gerais estaduais do partido.
“Na hora de maior dificuldade, quando o governo não tinha respaldo da população, Dilma terceirizou o governo dela para o PMDB. Quando ela reconheceu que estava frágil, sem condição de tocar a política, ela pediu apoio ao PMDB, e, prontamente, o partido atendeu”, avaliou Mauro Lopes (MG), deputado federal e secretário geral do partido, ao fazer referência ao papel de articulador assumido pelo vice-presidente Michel Temer.
Lopes também destacou a afinidade da sigla com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Com Levy tomando medidas de restauração do país, estamos do lado dele, e não do de Dilma, para levar o Brasil no rumo certo”, afirmou, apesar de seu partido estar criando dificuldades para a aprovação do pacote fiscal proposto por Joaquim Levy.
O parlamentar destaca que a decisão de ter candidatura própria vale tanto para as prefeituras das principais cidades do país quanto para as disputas pelos governos estaduais.
O também deputado federal Newton Cardoso Junior (PMDB) avalia que a decisão de buscar a Presidência é o caminho natural do partido. “O PMDB está sendo um divisor de águas em situações complexas no Brasil. Entramos como um partido capaz de resolver os assuntos que hoje rondam os brasileiros”, disse.
“Antes, a construção não havia ficado pronta. Agora, temos os quadros adequados e total apoio interno”, conclui.
Os dois parlamentares afirmaram não temer que, durante o processo eleitoral, o partido se torne alvo de ataques tanto do PT quanto do PSDB. “Hoje, quem é vidraça são justamente eles. Em Minas, Aécio deixou o Estado em uma situação lamentável. E o governo federal é uma grande vidraça”, afirmou Lopes. “Os dois vivem nos chamando de fisiologistas, já vivemos sob ataque, não vai mudar nada”, frisou.