Rio de Janeiro. Presidente do PT-RJ, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, corre o risco de responder a processo por incitação à violência depois de pregar a “porrada” como forma de reação aos adversários.
O Ministério Público de Maricá denunciou Quaquá ao Ministério Público Estadual, a quem caberia uma investigação contra o dirigente petista que, por ser prefeito, tem foro privilegiado.
A decisão sobre abertura ou não de investigação criminal será do procurador geral de Justiça do Rio, Marfan Vieira. A denúncia do MP municipal ainda não chegou às mãos do procurador geral.
Na noite da última terça-feira, Quaquá publicou no Facebook um texto em que conclamava os companheiros a reagirem a agressões como a que foi sofrida pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, hostilizado quando acompanhava a mulher no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Contra o fascismo a porrada! Não podemos engolir esses fascistas burguesinhos de merda!”, escreveu Quaquá.
Em outro momento, afirmou: “Vamos pagar com a mesma moeda: agrediu, devolvemos dando porrada!” O presidente do PT fluminense disse ainda que é hora de a “militância e os petistas responderem esses fdps (sic) que dão propina ao guarda, roubam e fazem caixa 2 em suas empresas, sonegam impostos dão uma de falsos moralistas e querem achincalhar um partido e uma militância que melhorou a vida de milhões de brasileiros”.
Na mesma noite de terça-feira, defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff e militantes do PT brigaram com socos e pontapés na porta da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio, onde acontecia um ato em defesa da Petrobras, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em discurso, Lula pregou a paz, mas disse que os petistas sabem reagir a ataques. “Quero paz e democracia, mas, se eles não querem, nós sabemos brigar também”, disse.