Em termos de promessas, a campanha eleitoral para a Prefeitura de Belo Horizonte será muito parecida com a disputa de quatro anos atrás. O TEMPO recuperou 12 das principais propostas do candidato vencedor em 2008, Marcio Lacerda (PSB), que constavam no programa de governo. Faltando apenas sete meses para o fim do mandato, a maior parte delas não foi cumprida e voltarão aos debates deste ano.
Exemplo das medidas que ainda precisarão ser aceleradas até dezembro é a construção de 10 mil moradias em vilas e favelas da capital. De acordo com a Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), 5.139 casas foram construídas desde o início de 2009.
O objetivo de levar a escola integrada a 80% dos alunos do ensino fundamental também vai precisar ser turbinado. De acordo com a Secretaria de Educação, dos 125 mil alunos que estão entre o primeiro e o nono anos, 46.761 estão sendo atendidos pelo programa, ou seja, cerca de 40% do total. Os dados são de janeiro.
Outro anseio da população que não andou foi a construção de um hospital municipal no Barreiro. Apenas a estrutura da edificação ficou pronta.
União. Outras duas promessas nem saíram do papel, mas têm em comum o fato de dependerem, majoritariamente, de verba federal. São velhas demandas que estão estagnadas.
A reforma do Anel Rodoviário é uma delas. Prometidas há 20 anos, as intervenções ainda aguardam o resultado do acordo que está sendo firmado entre Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) e o governo estadual.
A expansão do metrô recebeu uma luz no fim do túnel no ano passado, com o anúncio de aporte feito pela presidente Dilma Rousseff. Até hoje, no entanto, os belo-horizontinos ainda aguardam a liberação de R$ 1,7 bilhão, recurso que vai possibilitar a ampliação das linhas prioritárias.
Resposta. A reportagem entrou em contato com a prefeitura para saber se as metas estipuladas em 2008 poderão ser alcançadas até outubro. Segundo a assessoria de Marcio Lacerda, a construção das casas em aglomerados e a expansão da escola integrada chegarão bem perto do objetivo.
Sobre a construção de cem escolas infantis (UMEIs), 17 unidades estão em construção e outras 22 deverão ser feitas por meio da parcerias público-privadas. Até agora, 64 estão prontas.
A prefeitura atribui o atraso na construção do hospital metropolitano à empresa que venceu a concorrência e, alegando problemas de capitalização, não conseguiu cumprir o contrato. Outro processo de licitação precisará ser aberto.
Em relação às obras no Anel Rodoviário e de expansão do metrô, a assessoria ressaltou que o fato de as três esferas do Executivo estarem envolvidas torna o processo mais lento.
Especificamente sobre o metrô, a informação é que a matriz d responsabilidade, que define os responsáveis por cada ação, será assinada no próximo dia 31.
Polêmica
Pampulha. A assessoria da PBH informou que Marcio Lacerda segue contra a verticalização da Pampulha e que as construções liberadas pelo Compur não abrirão brecha para edificações elevadas na região.