Em mais um ataque ao governo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou nesta quinta (26) o Palácio do Planalto de "patrocinar" a criação do Partido Liberal, articulado por aliados do ministro Gilberto Kassab (Cidades). Renan disse que a criação do PL foi a "pior invenção" da articulação política do governo Dilma Rousseff.
"Como pode sob o Ministério da Educação, sob o Ministério das Cidades, criar-se um novo partido com patrocínio do governo depois de uma lei clara proibindo a fusão, aprovada no Congresso Nacional? Essa do ponto de vista político é insuperável, realmente", afirmou Renan.
O presidente do Senado disse que Kassab e o ex-ministro Cid Gomes (Educação) - do PSD e do Pros, respectivamente - são os responsáveis por articular a criação do novo partido. Peemedebistas afirmam que o PL tem o objetivo de enfraquecer o PMDB, que reúne as maiores bancadas da Câmara e do Senado, para levar à sigla membros do partido.
"Os partidos têm o tamanho que têm porque conquistaram nas urnas. Como pode o governo patrocinar uma coisa que objetiva diminuir o tamanho de um aliado? Isso é um péssimo exemplo da reforma política que nós vamos ter", disse Renan.
Para o presidente do Senado, a criação do PL fere a legislação por ter a "digital" do Palácio do Planalto dentro da nova sigla. "Uma coisa é criar um partido na forma da lei. Outra forma é criar um partido sob o Ministério das Cidades, sob o Ministério da Educação. Isso distorce o quadro partidário."
Renan defendeu que o país acabe com a "farra da criação de novos partidos", especialmente aqueles que são "patrocinados pelo governo que pretendem fazer a fusão para levar aliados".
"Do ponto de vista da articulação política dos últimos meses, essa foi a pior criação", protestou o presidente do Senado.