O senador José Serra (PSDB) também teria sido beneficiado em sua campanha para a Presidência, em 2010. O montante de R$ 6,4 milhões teria sido repassado para o tucano por meio de caixa 2.
Joesley Batista informou, durante a delação, que o parlamentar chegou a visitar seu escritório. O intuito era pedir financiamento para a campanha.
No vídeo, Batista contou que recentemente descobriu que parte da doação foi feita por meio de notas frias. Somente R$ 6 milhões foram justificados. O valor teria sido usado para comprar um camarote em uma das corridas da Fórmula 1. "Teve realmente esse camarote. Teve realmente essa corrida de Fórmula 1. Só não poderia ter custado R$ 6 milhões", disse Batista em delação.
A nota fiscal estaria no nome de uma empresa que pertencia a Luiz Fernando Furquim, amigo de Serra que morreu em 2009. Outros R$ 420 mil constam em uma nota fria da empresa APPM Analista e Pesquisa.
Para a Justiça Eleitoral, Batista informou que foi declarada a doação de R$ 20 milhões. No site do tribunal, no entanto, consta que a JBS doou R$ 8,2 milhões para o partido tucano.
Entenda o caso
Nessa quarta-feira (17), foi revelado pelo jornal "O Globo" que o dono da empresa JBS, Joesley Batista, gravou declarações comprometedoras do presidente Michel Temer (PMDB) e do senador Aécio Neves (PSDB) durante conversas informais. Batista, que já possui um acordo de delação premiada com a Justiça Federal, levou as gravações ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que fossem homologadas.
Nestas conversas, o presidente teria sugerido que se mantivesse pagamento de mesada ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro para que estes ficassem em silêncio. Já Aécio Neves teria pedido R$ 2 milhões para ajudar a pagar suas despesas com a defesa na operação Lava Jato.
Devido a isso, foi deflagrada, na manhã de ontem (quinta-feira, 18), a operação Patmos, que prendeu a irmã do senador, Andrea Neves, e outras duas pessoas após serem expedidos mandados de prisão preventiva pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator dos processos ligados à operação Lava Jato.