O empresário Marcos Valério, condenado pelo mensalão, disse à Polícia Federal, em delação premiada, ter intermediado contribuição de caixa 2 da Usiminas para campanhas políticas entre 1998 e 2002, segundo informações do jornal "O Globo", deste sábado (22).
De acordo com a reportagem, foram doados R$ 1 milhão, conforme valores da época, para a campanha pela reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1998 e o mesmo valor para as campanhas de Lula (PT) e José Serra (PSDB) à presidência em 2002 e para a campanha de Aécio Neves (PSDB) ao governo de Minas Gerais também em 2002.
Os valores foram autorizados pelo então presidente da Usiminas, Rinaldo Soares. A delação precisa ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para ter valor jurídico, acrescenta o jornal.
Envolvidos negam acusações
A defesa do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB) afirmou que não iria fazer comentários sem ter acesso à delação. A defesa de Delúbio Soares também disse que não teve acesso e que o ex-tesoureiro do PT nunca cometeu ato ilegal.
Alberto Toron, advogado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou que “o próprio Ministério Público, em outras oportunidades, reconheceu e descartou as inverdades dos discursos proferidos pelo senhor Marcos Valério”. Já a assessoria da Andrade Gutierrez afirmou que a empresa não comentaria a delação.
Competência. A lei permite que acordos de colaboração sejam fechados tanto pelo Ministério Público como pela Polícia Federal, mas há uma disputa sobre essa competência. (Da redação)