NO BAIRRO RENASCENÇA

Mãe denuncia uso de alisante em cabelo de menina de 10 anos sem autorização em BH

O combinado, conforme conta a mãe, era a realização de uma “hidratação natural”; boletim de ocorrência foi registrado

Por Vitor Fórneas
Publicado em 07 de maio de 2024 | 20:49
 
 
 
normal

A operadora de caixa Patrícia Belfort, de 41 anos, denuncia uma cabeleireira do bairro Renascença, na região Nordeste de Belo Horizonte, de ter aplicado produto químico para alisar o cabelo da filha dela, de 10, sem autorização ou consentimento. O combinado, conforme conta, era a realização de uma “hidratação natural”. Uma ocorrência foi registrada na Polícia Militar (PM).

Patrícia conta que procurou a profissional de beleza do bairro em outubro do ano passado. A filha dela vinha sofrendo bullying na escola em função do cabelo crespo e, por isso, optou pela hidratação natural para abertura dos cachos. "Tudo sem química ou alisamento. Na época ficou ótimo. Minha filha gostou muito”.

A menina precisou voltar ao salão neste mês, pois a raiz do cabelo havia crescido. “Combinei, mais uma vez, para que não fosse usado nenhum produto químico. Ela até me cobrou mais barato desta vez”, relembra Patrícia. Após a filha ter retornado do salão, a mãe acreditava que tudo tinha acontecido da forma como combinado. No entanto, no último sábado (4 de maio), a “verdade veio à tona”.

“Minha filha lavava o cabelo e saiu do banheiro chorando e gritando: ‘Olha meu cabelo, mãe’. A cabeleireira alisou o cabelo dela mesmo eu falando que não era para fazer isso”, disse. Patrícia conta que tentou, por diversas vezes, entrar em contato com a responsável pelo procedimento, mas não teve as chamadas atendidas. 

“Conversei com um funcionário do salão que disse não saber o que havia sido feito, pois ele somente secou o cabelo da minha filha. Depois de muito tentar, consegui falar com a responsável. Para minha surpresa, ela alegou que, pelo visto, trocou os produtos e não percebeu. Ela ainda falou: ‘Infelizmente é assim que acontece’. Como é que ela usa algo no cabelo de uma criança sem observar?”, questiona indignada. 

Criança abalada 

A filha de Patrícia, conforme ela conta, só chora desde o ocorrido. “Ela está muito triste, tanto que vou ter que procurar um psicólogo. Não queria ir à escola, mas conversei com ela sobre a necessidade de continuar os estudos. Tudo que fizeram com ela me deixa muito indignada”, desabafa. 

Patrícia diz que vai buscar na Justiça os direitos. “A cabeleireira usou produto químico sem meu consentimento. O que vou fazer nem é por questão financeira, mas para impedir que outras pessoas passem pela mesma situação”. 

A reportagem entrou em contato com a responsável pelo salão, no entanto não foi atendida. O espaço segue aberto para o posicionamento.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!