Aos 12 anos, Vitória de Araújo de Faria Moreira saiu de casa, em Caratinga, na região do Rio Doce, e foi morar em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço. Lá, longe dos pais, passou a usar drogas, ostentar armas e se relacionar com pessoas procuradas pela polícia. Nesta segunda-feira (4), quatro anos depois, os familiares voltaram a estar reunidos em volta dela, porém, pela última vez. A jovem, que completaria 17 anos na próxima quinta-feira, foi encontrada morta neste fim de semana.
A Polícia Civil ainda investiga o que motivou o assassinato da jovem, que foi achada por um vaqueiro na manhã deste domingo (3), numa estrada de terra próxima à BR-381, em Coronel Fabriciano. Junto do corpo, o tenente Sérgio Elias, da Polícia Militar (PM), informou ter encontrados dois cartuchos vazios e uma bucha de carregamento, maconha e adesivos de drogas sintéticas.
O corpo da vítima foi identificado no fim da noite de domingo (3), quando um tio da jovem escutou a notícia no rádio e entrou em contato com os pais, que a reconheceram. Eles levaram o corpo para Coronel Fabriciano e fizeram o velório e enterro.
Problemas
Os familiares da menina disseram à PM que ela vinha sendo ameaçada após ter sido vítima de um roubo e ter jurado vingança. A mãe dela, inclusive, afirmou que o ex-namorado da menor teria feito ameaças à ela e aos pais. A identidade do rapaz, que é o principal suspeito do crime, foi mantida em sigilo pela Polícia Civil.
Duas hipóteses são levantadas pela corporação, crime passional ou acerto de contas do tráfico. Apesar de a jovem não ter passagens pela PM, o tenente Sérgio Elias confirmou que ela era conhecida usuária de drogas e tinha envolvimento com o tráfico em Coronel Fabriciano e Ipatinga. Ninguém foi preso pelo crime.
Armas e drogas no Facebook
Nas redes sociais, Vitória não escondia o envolvimento com a criminalidade. No Facebook, ela postava fotos com armas e drogas, além de mencionar trechos de músicas que fazem apologia ao crime organizado. Segundo a Polícia Civil, para não ser identificada, ela usava o nome falso de Vitória Mandinni e mantinha as publicações suspeitas bloqueadas.