Um motorista do Uber foi rendido e obrigado a dirigir para um assaltante que efetuou uma série de roubos em Belo Horizonte. Os crimes ocorreram neste sábado (5) no bairro Prado, região Oeste da capital. O suspeito foi identificado, mas permanece foragido.
Segundo a Polícia Militar, o motorista do Uber foi abordado após deixar um passageiro no bairro Gutierrez, também na zona Oeste. Armado, o suspeito obrigou o motorista a dirigir pela região. Incapaz de agir, o condutor levou o criminoso até o cruzamento da rua Cuiabá com a avenida Francisco Sá, onde o assaltante efetuou o primeiro crime e subtraiu o celular e R$260 da vítima.
Em seguida, o criminoso obrigou o condutor a levá-lo um pouco mais adiante, na rua Sertões, onde dois menores foram rendidos e também tiveram os celular roubados. Por fim, o último crime ocorreu na Avenida Amazonas e a quarta vítima também perdeu o celular.
Após a série de assaltos, o suspeito desceu do veículo e fugiu do local. A PM foi acionada pelo motorista e, em contato com uma das vítimas, descobriu que um dos aparelhos roubados estava dentro de uma oficina em Betim, na região Metropolitana de Belo Horizonte. A localização foi descoberta por um aplicativo de rastreamento.
No imóvel, a PM localizou os celulares roubados, as roupas utilizadas pelo assaltante, um simulacro de arma de fogo e um documento de identidade. Por meio da foto, as vítimas identificaram o suspeito, que até o momento não foi localizado pelos policiais.
Frequência de crimes assustam motoristas
No mês passado, a reportagem de O TEMPO relatou dois casos de motoristas que também foram rendidos e obrigados a participar de ações criminosas em Belo Horizonte. Em ambas as ocorrências, os condutores presenciaram a venda e consumo de drogas.
A primeira ocorrência foi relatada por um motorista que conduziu três adolescentes até o Morro do Papaguaio, na região Centro-Sul da capital. A ordem de ir até o local partiu de um dos passageiros que estava armado. No local, o trio conversou com traficantes da região e recolheu dinheiro e drogas. Em seguida, os jovens mandaram o motorista a levá-los até o bairro Alto Vera Cruz, na região Leste, e em seguida, ao Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul.
Outra ocorrência semelhante foi relatada por um condutor que também foi obrigado a entregar drogas no Aglomerado da Serra.
A onda de crimes envolvendo motoristas do Uber na capital levou à criação de um abaixo-assinado online exigindo mais rigor no registro de passageiros da plataforma. As medidas reivindicadas pelos condutores são a exigência do número CPF para pessoas físicas, CPNJ para jurídicas, passaporte para estrangeiros e a obrigatoriedade do uso de uma foto de perfil. A meta do grupo é atingir a meta de 2500 assinaturas e enviar o documento à sede da Uber no Brasil.