A Prefeitura de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, começará a utilizar, a partir de fevereiro, drones que vão auxiliar no combate à dengue no município. Essa é uma das ações criadas pelo Executivo que visam acabar com o problema na cidade.
O aparelho, que já é utilizado em Belo Horizonte e Goiânia, por exemplo, será um aliado importante. Ele vai sobrevoar áreas fechadas, como lotes vagos murados e casas sem moradores e abandonadas, as quais os agentes não têm acesso. Com as imagens, as autoridades de saúde de Betim poderão identificar os focos do Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, febre chikungunya e zika vírus, e iniciar o combate.
“Hoje há resistência por parte dos moradores em receber em suas casas agentes de combate a endemia, por causa da violência. Por isso, a utilização do drone irá ajudar a fiscalizar essas áreas residenciais e verificar onde há material que pode gerar depósito de água e servir de criadouro do mosquito”, explicou o prefeito Vittorio Medioli (PHS).
A preocupação do chefe do Executivo tem base em números. Em 2015, o município recebeu o título de “capital mineira da dengue”, com 26.138 casos notificados. Já no ano passado, Betim foi apontada como a quarta cidade em Minas com mais notificações, totalizando 19.074 registros. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foram cinco mortes confirmadas nos anos de 2015 e 2016. Neste ano, são 35 casos notificados e 11 confirmados.
Antes de definir os locais a serem sobrevoados, a administração municipal realizou, entre os dias 2 e 13 de janeiro, em 8.200 imóveis, o Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), que permite acompanhar mais de perto a proliferação dos possíveis criadouros do mosquito e identificar as áreas com maior incidência da doença.
Conforme a Secretaria de Saúde, o índice geral do município foi de 1,5%, definindo uma situação de médio risco. Pelo levantamento, a região com maior índice de infestação é a Alterosas. Nessa região, os bairros com maior infestação foram Bueno Franco, Jardim Brasília, Espírito Santo e Niterói, todos com o índice de 3,7%.
Minas Gerais
Óbito. Uma pessoa já morreu em Minas Gerais neste ano vítima da dengue, e outras 2.469 têm suspeita da doença. No ano passado, foram 255 óbitos e 528.251 casos
no total.
“A utilização do drone irá ajudar a fiscalizar essas áreas e a verificar onde há material que pode gerar depósito de água.” Vittorio Medioli, prefeito de Betim.
Mutirão do Bem
Iniciativa. O Mutirão do Bem, que desde janeiro percorre todas as regiões de Betim para retirar lixo e entulho descartados em lugares impróprios, deve atingir nos próximos dias cerca de 30 mil toneladas de resíduos sólidos recolhidos.
Volume. “Foram 2.665 caminhões de entulho retirados. Depois que acabar essa fase do mutirão, faremos esse serviço de forma contínua”, explicou a secretária interina de Obras, Marinésia Dias da Costa. A gestora ressaltou que, paralelamente a essas ações, o município fará um trabalho de conscientização da população.
Limpeza
Carcaças de carro serão retiradas
Também estão programadas outras ações de combate à dengue em Betim, como a publicação, em fevereiro, de uma regulamentação que determina a retirada de carcaças de veículos de ruas e avenidas. “Além disso, iremos recolher pneus velhos e recomendar que a população não os guarde dentro de casa. Se isso ocorrer, os pneus devem ser ‘enlonados’ ou acondicionados em locais fechados”, explicou o prefeito Vittorio Medioli.
Ele informou também que o município pretende desenvolver um programa de coleta seletiva e de recicláveis, que deverá ser apresentado em breve. “Para isso, serão colocados pontos de coleta de resíduos molhados, que são os produtos orgânicos; de resíduos secos, ou seja, material reciclável; e de entulho, que são os materiais de construção. Trata-se de um projeto único e pioneiro voltado para Betim, com tecnologia simplificada e de muita eficiência. Meu sonho é implementar em Betim um sistema sustentável e ambientalmente correto de coleta seletiva”, finalizou Vittorio.
Para o caminhoneiro autônomo Felipe Neto, 51, do bairro Dom Bosco, essas ações irão ajudar a reduzir os focos na cidade. “Há dois meses convivo com carcaças abandonadas. Além do risco de bandidos se esconderem, esse é um criadouro do mosquito da dengue. Gostei das ações. Espero que a população colabore”, disse. (LA)