A atenção dos belo-horizontinos está voltada atualmente para as doenças que causam complicações respiratórias. Nesta quinta-feira (14), quatro casos de pacientes infectados com o vírus influenza A foram confirmados nesta na capital mineira pela Secretaria Municipal de Saúde.
Desses quatro, dois pacientes foram diagnosticados com influenza A H1N1 e dois foram confirmados com influenza A (não subtipado).
Em apenas quatro meses, o município já registra também 224 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou seja, de pacientes que precisaram ser hospitalizados por causa da doença. Nesses casos, o paciente sofre com febre, tosse e respiração acelerada.
Em todo ano passado, Minas Gerais havia contabilizado 863 pacientes que foram internados em função da síndrome.
Já em relação aos pacientes atendidos com a Síndrome Gripal (VSG), aqueles que apresentaram febre, tosse, dor de garganta, ou dores nas articulações, a secretaria explicou não ser possível contabilizá-los.
Os dados são desconhecidos, uma vez que, segundo a pasta, a síndrome não está entre as doenças que são de notificação compulsória, quando há a universalização das notificações para investigação.
Investigação
A secretária informou que vem realizando, a cada semana, uma coleta de cinco amostras de material genético dos pacientes com síndrome gripal atendidos ambulatorialmente, em cinco unidades sentinelas (HOB, UPA Barreiro, UPA Oeste, UPA Norte e UPA Venda Nova).
O objetivo, ainda conforme a pasta, é verificar quais os vírus circulantes na cidade.
Já os pacientes confirmados com Síndrome de Respiratória Aguda Grave, que estão hospitalizados, a coleta de material é realizada para tentar identificar os vírus respiratórios circulantes em casos graves.
Notificações
Em Belo Horizonte, a pasta alega que as unidades de saúde públicas ou privadas são obrigadas a notificar ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde.
Essas notificações são enviadas para à epidemiologia do município e incluída no sistema nacional.
Em Minas
Em matéria publicada nesta quinta, O TEMPO mostrou que o número de casos confirmados do vírus Influenza A H1N1 avança em Minas. Um levantamento feito apenas nesta tarde, em oito cidades das duas regiões mais afetadas, já trouxe o dobro de casos confirmados no último balanço oficial do Estado, há uma semana.
As prefeituras dos municípios confirmaram 20 doentes e quase cem notificações sob investigação. No balanço da última quinta-feira, eram dez confirmações – o número de suspeitas não foi informado. Em todo o ano passado, foram seis comprovações. Mesmo diante do aumento de doentes, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) ainda não fala em epidemia.
Além dos números das prefeituras, preocupa a proximidade com São Paulo e Goiás. No último caso, o governo decretou epidemia na terça-feira com quatro casos a mais que os apurados pela reportagem. São Paulo já havia feito a mesma coisa. “Dois Estados vizinhos já estão com uma epidemia. O vírus está circulando e, por isso, acho que devemos nos preocupar”, afirma a infectologista Virgínia Zambelli.
Para a médica, a chegada mais cedo dos casos de gripe também é relevante, e a indicação é que a população se vacine e adote outras medidas de prevenção, como lavar as mãos com frequência e usar álcool gel.