Belo Horizonte recebeu ontem o selo de Município Livre do Analfabetismo, conferido pelo Ministério da Educação (MEC) às cidades que alcançam mais de 96% de alfabetização da população acima de 15 anos. Além da capital, que atingiu a marca de 97,15%, outras dez cidades mineiras receberam o selo. Em todo o país, foram 207.
Convidada especial da solenidade que contou com autoridades da educação e do prefeito, Marcio Lacerda (PSB), a dona de casa Julieta da Silva Santos, 70, conta que conheceu vida nova após aprender a ler e a escrever, em 2009, aos 66 anos, quando perdeu o marido. “A alfabetização me muito a me distrair, e desde então não parei mais”. Ela sonha concluir o ensino superior. “Por que não?”, brinca.
Entenda. O selo considera alfabetizado quem lê, escreve e faz contas básicas, segundo dados do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a segunda vez que o selo é entregue – a primeira foi em 2007, com base no censo de 2000, e Belo Horizonte não foi contemplada.
Secretária municipal de educação, Sueli Baliza considera que a marca é um “feito histórico”. Ela ressaltou que em 2014, foram criadas 160 novas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que atende 16 mil alunos, em 524 turmas.
Segundo ela, cerca de 55 mil pessoas ainda são consideradas analfabetas na capital, a maioria idosos. Lacerda informou que, em 2015, cerca de R$ 1,4 bilhão devem ser destinados à educação na capital, cerca de 30% dos impostos recolhidos.
Contemplados
Minas. Ganharam o selo Nova Lima e Contagem (região metropolitana); Juiz de Fora (Zona da Mata); Lafaiete e Cachoeira da Prata (Central); Poços de Caldas e Itajubá (Sul); Uberlândia (Triângulo); e Divinópolis e Pará de Minas (Centro-Oeste).