Os motoristas que passam pela BR-381 neste domingo (22) devem ter paciência, já que dois pontos diferentes da rodovia se encontram parcialmente interditados devido à manifestação dos caminhoneiros. Carros de passeio e coletivos podem passar normalmente, porém, o protesto gera longos congestionamentos. Existem relatos de que os manifestantes usam pedras para parar veículos que se recusam a participar do movimento.
A paralisação teve início por volta das 5h na altura do km 513, em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o objetivo dos manifestantes é pleitear a redução no preço do óleo diesel e pelo aumento no valor dos fretes. O ato chegou a gerar 9 km de congestionamentos nos dois sentidos da rodovia neste trecho.
A princípio a corporação apontou uma opção de desvio passando por Itaúna e chegando na BR-381 na altura de Itatiaiuçu. Diante desta possibilidade, os manifestantes deram início à uma nova manifestação por volta das 13h, desta vez na altura do km 617, em Oliveira, na região Centro-Oeste do Estado.
Assim como no primeiro ato, somente veículos de carga são parados pelos manifestantes. Diante disso, a corporação pede que os caminhoneiros evitem transitar pela região. De qualquer forma, uma nova opção de desvio já foi apontada pela PRF sugere que os motoristas em Betim entrem na BR-262 e sigam até Juatuba, onde devem pegar a MG-050 até Formiga. De lá, deve-se seguir da BR354 até Perdões, onde retornarão à BR-381. O mesmo desvio pode ser utilizado para quem segue em direção à BH, ainda de acordo com a corporação.
Até 21h deste domingo a paralisação continuava. Ainda de acordo com o Sindicato dos Caminhoneiros, não há previsão de liberação e o movimento pode se estender até mesmo por dias desta semana.
Sindicato
De acordo com o presidente do Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros, José Natan, essa é uma manifestação espontânea da categoria que não foi organizada pelo sindicato. "Estamos dando cobertura sobre as paralisações em todo o país. Em cada estrada é um caso, sendo que em minas aconteceu por conta do minério", explica.
De acordo com ele, as mineradoras alegam que houve uma redução no preço do minério de ferro, levando à redução no valor do frete. "A junção do aumento absurdo no valor do óleo diesel, essa redução no valor do frete e os escândalos políticos do nosso país atualmente levaram a essa situação insustentável para os trabalhadores dessa região, que resolveram espontaneamente parar", disse Natan.
Outros motivos apontados pelos motoristas são o aumento nos pedágios, a necessidade de pagar um estacionamento para descansar (devido à Lei do Descanso) entre outros custos dos caminhoneiros durante as viagens. "É um conjunto de situações que levaram à isso. Os pessoal dos grãos (em outros estados) prometem manter por muitos dias, e acredito que aqui em Minas a paralisação também deva se estender pela semana", acredita.
Ainda segundo o sindicato, milhares de caminhoneiros de todo o país estão participando neste domingo dos atos, com paralisações em Sorriso, Diamantino, Sinop e Rondonópolis, todas cidades do Mato Grosso; Arapongas, Apucarana, Guarapuava e Capitão Leônidas Marques, no Paraná; Caiapônia e Mineiros, em Goiás; e Boa Vista do Buricá, no Rio Grande do Sul.
"Tem muita gente que está ficando em casa, porque viu que não dá mais para rodar devido aos problemas aliados ao aumento no combustível", finaliza o presidente do sindicato.
Atualizada às 21h07