O número de casos prováveis de dengue em Minas em 2016 superou o registrado em 2013 – ano em que havia sido contabilizada a maior quantidade de contaminações desde que o governo do Estado passou a computar esses doentes. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), neste ano já são 423.835 ocorrências confirmadas e em investigação da doença, frente o recorde de 414.548 aferido naquele ano. Em 2013, 117 pessoas morreram por complicações da dengue. Neste ano, são 87 óbitos até o momento.
No boletim da última semana, eram 402.189 casos de dengue notificados em todo o Estado. Em apenas sete dias, forma 21.646 novos registros, um aumento de 5,38%.
Em nota, a SES informo<CW-20>u que “vários fatores influenciam neste resultado, como índice de chuvas, população suscetível à cepa (tipo) do vírus circulante, desastres naturais, envolvimento variável da população de cada região na rotina de vistoria de suas casas, irregularidade no abastecimento de água, além de vários fatores imensuráveis”.
Para o professor Manoel Otávio Costa, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o ininterrupto processo de urbanização do país e o aquecimento global seriam os fatores responsáveis pela proliferação do mosquito Aedes aegypt, principal vetor da dengue e que também transmite a chikungunya e o zika vírus.
“O grande problema é que a população urbana aumentou muito e não há planejamento do governo que acompanhe esse crescimento. Com a aglomeração de pessoas, especialmente nas regiões mais carentes dos municípios, os cuidados com o meio ambiente diminuem. O despejo de lixo em lugares inadequados, as obras abandonadas e a falta de saneamento básico aumentam os focos de dengue”, pondera Costa.
De acordo com o infectologista, o investimento em pesquisas é o único caminho para solucionar o problema. “O inseto está se adaptando a ambientes cada vez mais inóspitos. O governo brasileiro precisa direcionar o foco para o campo científico além das campanhas de conscientização, onde o trabalho já é bem feito. Qualquer criança acima de 10 anos sabe o que é preciso fazer para combater o mosquito. Mas só a pesquisa pode descobrir novos métodos para aniquilar de vez o agente da doença”.
Chikungunya avança 36% em uma semana
A febre chikungunya, também causada pelo mosquito Aedes aegypti, registrou um aumento considerável na última semana. De acordo com balanço divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), os casos da doença chegaram a 45 em Minas, contra 33 na semana passada – uma alta de 36,36%.
Em 2016, foram notificados no Estado 1.168 casos da doença, sendo que 644 deles já foram descartados. Outros 479 ainda estão sob investigação. Conforme relatório da SES, dos 45 doentes confirmados até o momento, 29 são autóctones – que tiveram contaminação adquirida em Minas. Os outros 16 são de pacientes que foram infectados em outros Estados.
Já o zika vírus teve um aumento de 46 casos confirmados em uma semana. No boletim divulgado ontem, foram 2.318 ocorrências registradas da enfermidade, sendo 2.298 por critério clínico epidemiológico, quando a doença é constatada por um profissional da saúde, e 20 por exames laboratoriais. (AV)
Funed
Greve. Mesmo com proposta do governo de reduzir jornada, servidores da Fundação Ezequiel Dias (Funed) decidiram permanecer em greve por tempo indeterminado. O posicionamento foi fechado ontem.
Saiba mais
Microcefalia. De acordo com o protocolo de monitoramento da malformação congênita em bebês, foram registrados 106 casos em Minas Gerais. Apenas dois deles tiveram confirmação por associação ao zika: um do município de Sete Lagoas, na região Central, que sofreu aborto espontâneo, e outro de um recém-nascido de Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Gestantes. Segundo o boletim epidemiológico da SES divulgado ontem, foram confirmados 176 casos de grávidas com a doença causada pelo vírus zika. Outros 536 ainda são investigados no Estado.
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Casos de dengue em MG superam recorde de 2013
Com 423.835 registros, Estado ultrapassou em quase 10 mil epidemia daquele ano; especialista defend</CW>e investimento em pesquisas para superar o problema
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