Centenas de pessoas acompanham a missa do trabalhador, em celebração ao dia internacional do trabalho, na praça da Cemig, em Contagem, na região metropolitana.

A celebração é conduzida pelo bispo auxiliar da arquidiocese metropolitana de Belo Horizonte, Dom Joaquim  Giovani Mol, que defendeu a unidade da comunidade cristã para enfrentar esse momento de crise política e econômica que ameaça os direitos conquistados pelos mais pobres.

" Nós vivemos uma crise econômica que afetou o mundo inteiro. E esta crise tem muito a ver com vários fatores, mas particularmente com um, que é uma crise que acentua a desigualdade que existe entre as pessoas do mundo inteiro. Neste ano, 1% da população mundial terá sobre o seu poder  90% da riqueza do mundo. Isso é um absurdo inexplicável. Para manter essa desigualdade, muitas coisas são feitas e trabalhadas para manter privilégios. Mas nós vivemos também uma crise social  grave e séria, porque é nítida, no mundo e no Brasil, a perda de direitos conquistados pelo povo que faz parte daquela multidão que está nos 99% , sobretudo os que vivem  em uma situação de maior pobreza", afirmou o sacerdote durante missa.

Dom Joaquim Mol, também destacou a crise política atual e reclamou da ausência de representantes políticos que defendam o povo. "Estamos também no momento de uma crise política muito grave. Nós quase não temos representantes a nos defender, porque os que lá estão lá, inclusive com voto popular, estão defendendo os interesses dos grupos poderosos deste país.  Vivemos muitas crises e temos que transformar essas crises em força e energia e em espiritualidade e sobretudo em ação para ajudarmos o mundo a ser melhor e com ele o nosso país. Vivemos uma crise ética muito grave, o problema da corrupção, da falta de princípios virou normal e atinge todas instituições.", concluiu.

Entidades sindicais também participavam da celebração, como Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Professores de Contagem, que estão em greve, também fizeram reivindicações assim como motofretistas. Grupos contrários e em defesa do impeachment levaram cartazes de protestos, mas tudo em um clima pacífico.