Cidades de MG lideram desmate

Duas cidades mineiras lideram o ranking de municípios que mais desmataram áreas de Mata Atlântica entre 2000 e 2013. Jequitinhonha, localizada na região de mesmo nome, e Águas Vermelhas, no Norte, devastaram quase 15 mil hectares de vegetação em 13 anos, o equivalente a 64 Parques das Mangabeiras. Divulgado nesta quarta pela Fundação SOS Mata Atlântica, o estudo foi baseado em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Jequitinhonha lidera o ranking, com 8.865 hectares desmatados, seguido por Águas Vermelhas, com 6.231 hectares. Outra cidade de Minas que integra a lista das dez piores também fica no Vale do Jequitinhonha – Ponto dos Volantes ocupa a sexta colocação, com 5.398 hectares.

A explicação para que cidades de Minas sejam as que mais desmatam está na extração de carvão vegetal para alimentar as indústrias, segundo a diretora executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota. “Há um problema histórico do desmatamento para produção de carvão ou para a plantação de eucalipto no Norte de Minas”, explica. A saída para reverter a situação, diz ela, é firmar um pacto entre poder público e empresas que estão envolvidas no ciclo do carvão. “É preciso compromisso da sociedade para penalizar o desmatamento irregular e valorizar medidas sustentáveis que mantenham a indústria que depende do carvão funcionar. Fica esse desafio para a próxima gestão do governo de Minas”, diz.

Levando em consideração apenas 2013, Águas Vermelhas e Ponte dos Volantes voltam a se destacar negativamente. Elas ficaram atrás somente de dois municípios do Piauí. Em todo o ano, foram desmatados em Águas Vermelhas 843 hectares de Mata Atlântica. Já em Ponto dos Volantes foram 720 hectares.

Para se ter ideia, em todas as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, foram devastados 119 hectares no ano passado, 85% a menos que os municípios mineiros.

Governo
Sem resposta. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre os índices de desmatamento divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica.