"Consideramos que a matéria 'PM protege área da FIFA e ruas de BH pegam fogo', publicada na edição desta quinta feira do jornal O TEMPO desvirtua e não contextualiza bem os fatos ocorridos ontem nas imediações do Mineirão.
Como o jornal desconsiderou por completo nota enviada a toda a imprensa (inclusive para O TEMPO) pela Superintendência de Imprensa, com as explicações do comandante da Polícia Militar de Minas Gerais sobre a demora dos policiais em agirem contra os vândalos que promoviam depredações na Avenida Antônio Carlos, tomamos a liberdade de pontuar novamente as questões elencadas. As informações demonstram que, ao contrário do que insinua a manchete do jornal O TEMPO, a atuação da PM não se limitou a “proteger a área da FIFA”, mas que priorizou a proteção dos mais de 100 mil cidadãos que estavam dentro e fora do Mineirão, entre torcedores, profissionais de várias áreas (incluindo jornalistas) e manifestantes pacíficas, dos ataques de vândalos e arruaceiros:
o Os cerca de 5.000 policiais militares destacados para atuar durante as manifestações populares e a realização do jogo Brasil e Uruguai atuaram prioritariamente para garantir a segurança das milhares de pessoas que estão se manifestando de forma pacífica e também para assegurar o acesso e a saída dos mais de 60 mil torcedores e profissionais presentes no Mineirão. Além disso, os policiais enfrentaram diversos ataques de vândalos e arruaceiros nas imediações do Mineirão.
o De acordo com o comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais, Márcio Sant’Ana, os integrantes da corporação tiveram dificuldades para atuar de forma ostensiva para conter os vândalos que faziam depredações na avenida Antônio Carlos, no final da tarde e no início da noite dessa quarta-feira (26), porque havia ali uma grande movimentação de manifestantes pacíficos que não estavam envolvidos nas ações de vandalismo no local
o “Qualquer ação mais brusca da Polícia Militar naquele momento poderia causar pânico nessas pessoas. Além disso, o viaduto que fica na esquina entre as avenidas Antônio Carlos e Abraão Caram estava repleto de pessoas, sendo um local muito sensível à ação de repressão da polícia. Os policiais militares não insistiram em forçar a passagem por este ponto para evitar uma provável catástrofe. Como havia muita gente no meio do caminho até chegar aos locais das depredações, não apenas os policiais como também os bombeiros tiveram dificuldades para se deslocar até aquela área. Entretanto, apesar dessas dificuldades, alguns policiais conseguiram alcançar a loja que estava sendo incendiada, e prenderam dois adolescentes que estão entre os responsáveis por esta ação criminosa", afirma o coronel Márcio Sant’Ana.
o Em entrevista concedida na noite de ontem à Rádio Itatiaia o governador Antonio Anastasia reforçou as justificativas apresentadas pelo comandante da PM. Afirmou o governador: “Tinha ali um grupo de 300 (vândalos) ou menos do que isso, atentando contra o patrimônio particular, mas nós tínhamos uma multidão, milhares de pessoas assistindo, muito próximas. Se houvesse uma ação efetiva naquele momento da polícia militar para coibir aquela ação, nós teríamos pânico naquela multidão e, certamente, nós poderíamos ter mais desdobramentos negativos que já tivemos. Então, a polícia agiu com cautela. A polícia resolveu dar prioridade, e foi correta, ao manifestante pacífico, que estava li também assistindo, ainda que não estivesse realizando o vandalismo. Então, de fato, foi uma posição correta da nossa Polícia Militar para proteger a vida e, é claro, como nós conversamos ontem na reunião que tive, dar garantia ao manifestante pacífico. Mas, terminado e dissolvido esta manifestação, com a manifestação voltando ao centro da capital, a polícia agiu e realizou várias prisões, apagou o foco de incêndio e, agora, continua agindo na cidade para identificar quem são esses baderneiros, essas pessoas criminosas”.
o Vídeo divulgado pela Superintendência de Imprensa ontem à noite para todos os veículos (inclusive para o jornal O TEMPO) comprova que milhares de manifestantes pacíficos se postavam próximos dos locais que estavam sendo depredados. As cenas do referido vídeo comprovam a afirmação do comandante da PM, Márcio Sant’Ana, sobre a dificuldade dos policiais em reprimir os marginais devido ao risco de provocar pânico e, consequentemente, levar a várias vítimas fatais, não apenas entre os vândalos como também entre manifestantes pacíficos e mesmo policiais.
Se lhes interessar, acesse o vídeo no box ao lado.
o “Ficou claro nas diversas imagens veiculadas pelas emissoras de televisão, que grupos minoritários e violentos de vândalos, vários deles encapuzados, agiram no sentido de romper estar barreira, arremessando pedras, paus e bombas caseiras em direção aos policiais militares, que só reagiram para se defender dos ataques”, afirma o coronel Márcio Sant’Ana.
o Importante destacar também que, apesar da opção de proteger prioritariamente os mais de 100 mil manifestantes e torcedores, a Polícia Militar agiu fortemente na repressão aos vândalos e arruaceiros, tento efetuado, ao longo do dia de ontem, 109 prisões, sendo 79 de adultos e 30 de adolescentes. Dos 79 adultos, 26 ficaram detidos, e dos 30 adolescentes, 18 ficaram apreendidos
o Destaque-se ainda que o Governo de Minas Gerais cumpriu o acordo firmado na noite de ontem (25) entre o governador Antonio Anastasia e líderes do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa, com vistas a garantir que as manifestações nesta quarta-feira em Belo Horizonte transcorressem de forma ordeira e pacífica. Em relação ao entorno do Mineirão, o entendimento previa a instalação uma barreira física, com grades, na Avenida Abraão Caram, sem a presença de policiais militares, o que foi cumprido pelo governo. Além disto, no local originalmente previsto como ponto de bloqueio das manifestações, os agentes da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) seguiram a nova orientação e mantiveram distância considerável dos manifestantes.
Por fim, informamos que, a lamentável morte do jovem Douglas Henrique Oliveira, ocorrida ontem em decorrência de queda do viaduto José Alencar, não foi “a primeira em protestos” como afirmou a referida matéria de O TEMPO. Antes, já foram registradas outras cinco mortes, informação que pode ser constatada por meio de uma simples pesquisa que a reportagem do jornal se dispuser a fazer.
Solicitamos que essas questões, que não foram contempladas nas várias matérias publicadas, sejam consideradas pelo jornal O TEMPO, tanto na versão digital como na versão impressa, para que os leitores da publicação tenham acesso também à do Governo de Minas sobre a atuação da Polícia Militar de Minas Gerais frente aos lamentáveis episódios protagonizados por vândalos e arruaceiros nas imediações do Mineirão."