Pandemia de Covid-19

Contagem quer adesão à onda roxa para municípios da região metropolitana de BH

Prefeitos e secretários ligados à Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte se reúnem nesta segunda-feira (8) para decidir rumos coletivos em relação ao enfrentamento à Covid-19

Por Lara Alves
Publicado em 07 de março de 2021 | 17:33
 
 
 
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A prefeita de Contagem e vice-presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel), Marília Campos (PT), irá propor nesta segunda-feira (8), em reunião com secretários municipais de saúde e gestores de cidades pertencentes à Grande BH, que os 34 municípios ligados à instituição façam a adesão à onda roxa do programa Minas Consciente, do Estado de Minas Gerais, como estratégia de enfrentamento direto à pandemia de Covid-19, que, em muitas localidades, encontra-se em seu pior momento.

Criados à última quarta-feira (3), protocolos da onda roxa determinam maiores restrições à circulação de pessoas nos municípios e também para o funcionamento do comércio – trata-se, segundo declarou o Estado, de medida máxima de contenção à transmissão do coronavírus, e prevê, até mesmo, toque de recolher.

A solicitação para uma reunião entre prefeitos e secretários municipais ligados à associação foi feita na sexta-feira (5) por Marília Campos, que defendeu a importância da implantação de estratégias conjuntas na região metropolitana de Belo Horizonte para contenção do avanço do coronavírus e garantir que não ocorra colapso no sistema público de saúde – em Contagem, por exemplo, ocupação de leitos de UTI chegou a 93% neste domingo (7).

“Infelizmente, a situação da pandemia em Minas Gerais se agrava, e em várias cidades da região metropolitana de Belo Horizonte a ocupação de leitos chegou a 100%. Nós temos que evitar o colapso. Então, não temos outra saída, se não propor, em primeiro lugar, uma ação, uma estratégia regional no processo de articulação para enfrentamento da pandemia. Foi por essa razão que propus à Granbel que articulasse uma reunião”. Participam do encontro, além de prefeitos e secretários dos 34 municípios da Grande BH, representantes da Agência Metropolitana e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

A urgência de ações conjuntas para frear a elevação no índice de transmissão do coronavírus nesta região do Estado tornou-se mais acentuada após a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) decidir pela suspensão completa de atividades não-essenciais por tempo indeterminado em decorrência da elevação dos índices de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria na capital – anúncio foi feito na sexta-feira (5) pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD), que também integra a Associação dos Municípios.

De acordo com a prefeita Marília Campos, acatar que o comércio permaneça aberto na região metropolitana de BH enquanto a própria capital está fechada é permitir que o coronavírus e suas variantes recém-chegadas a Minas Gerais circulem. “Ela (a adesão à onda roxa) significará a restrição do funcionamento de vários segmentos da atividade econômica, permanecendo aqueles essenciais. É uma estratégia necessária, e diria que a gente não tem outra saída neste momento, se não adotar uma medida mais radical. É dessa forma que Contagem participará da reunião”.

Encontro com infectologistas

À tarde de sábado (6), a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), reuniu-se com o infectologista Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e com o pesquisador Rômulo Paes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além do secretariado e da equipe de governo do município, para discutir a situação epidemiológica no município e na região metropolitana de Belo Horizonte. À ocasião, a vice-presidente da Granbel revelou que proporá, no encontro de segunda-feira (8), a prefeitos metropolitanos a adesão à onda roxa. Segundo a Prefeitura de Contagem, a decisão sobre os rumos da Grande BH será tomada em conjunto.

Logo na sexta-feira, quando solicitou a reunião entre representantes ligados à Granbel, Marília discutiu a importância de uma determinação regional conjunta em ligação com Igor Eto, secretário de governo do Estado de Minas Gerais. “Liguei também para o secretário de governo, Igor Eto, para que a gente tenha uma estratégia mais articulada contra a Covid-19. Isso porque a gente faz um lockdown aqui, mas outros municípios estão abertos. Então, o esforço é em vão. A ideia foi muito bem recebida pelo secretário. Eu sugeri que ele fizesse uma reunião, primeiramente, entre secretários de saúde da região metropolitana e, em seguida, uma entre os prefeitos”, detalhou a prefeita de Contagem à oportunidade. 

Saiba quais as determinações impostas pela onda roxa do programa Minas Consciente:

Suspensão das cirurgias eletivas;

Apoio das forças de segurança;

Circulação de pessoas apenas relacionadas à atividades essenciais;

Proibição de circulação de pessoas e carros em atividade não essenciais;

Toque de recolher entre 20h e 5h;

Proibição da circulação de pessoas sem máscara em espaços públicos e privados;

Proibição de circulação de pessoas com sintomas de gripe, exceto se for para realizar consultas ou exames;

Proibição de reuniões presenciais, inclusive mesma família que não moram juntos;

Proibição de eventos públicos ou privados que possam gerar aglomeração; 

Barreiras sanitárias de vigilância.

Veja o que pode funcionar segundo determinação do Estado de Minas Gerais para municípios na onda roxa:

Indústria e comércio de fármacos, farmácias, drogarias e óticas;

Fabricação, montagem e distribuição de materiais clínicos e hospitalares; 

Hipermercados, supermercados, mercados, açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros, padarias, qui- tandas, centros de abastecimento de alimentos, lojas de conveniência, lanchonetes, de água mineral e de alimentos para animais; 

Produção, distribuição e comercialização de combustíveis e derivados; 

Distribuidoras de gás; 

Oficinas mecânicas, borracharias, autopeças, concessionárias e revendedoras de veículos automoto- res de qualquer natureza, inclusive as de máquinas agrícolas e afins; 

Restaurantes em pontos ou postos de paradas nas rodovias; VIII – agências bancárias e similares; 

Cadeia industrial de alimentos; 

Agrossilvipastoris e agroindustriais; 

Relacionados à tecnologia da informação e de processamento de dados, tais como gestão, desenvolvimento, suporte e manutenção de hardware, software, hospedagem e conectividade; 

Construção civil; 

Setores industriais, desde que relacionados à cadeia produtiva de serviços e produtos essenciais; 

Lavanderias; 

Assistência veterinária e pet shops; 

Transporte e entrega de cargas em geral;

Call center;

Locação de veículos de qualquer natureza, inclusive a de máquinas agrícolas e afins; 

Assistência técnica em máquinas, equipamentos, instalações, edificações e atividades correlatas, tais como a de eletricista e bombeiro hidráulico; 

Controle de pragas e de desinfecção de ambientes; 

Atendimento e atuação em emergências ambientais; 

Comércio atacadista e varejista de insumos para confecção de equipamentos de proteção individual – EPI e clínico-hospitalares, tais como tecidos, artefatos de tecidos e aviamento; 

De representação judicial e extrajudicial, assessoria e consultoria jurídicas;

Relacionados à contabilidade.

(Com Bruno Menezes e Natália Oliveira)

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