Chuva em Minas

Defesa Civil emite novo alerta 

Ferros, no Vale do Aço, está em estado de emergência; há alagamentos e desabrigados

Por Bárbara Ferreira
Publicado em 21 de janeiro de 2016 | 22:30
 
 
 
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A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec/MG) emitiu nesta quinta um alerta para o risco de deslizamento de terra nos municípios de Aimorés, na região do Rio Doce, Itambacuri, no Vale do Mucuri, Montes Claros, no Norte de Minas, Capelinha, Caraí, Novo Cruzeiro e Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, e Rochedo de Minas, São João Nepomuceno, Ubá e Chácara, na Zona da Mata. Segundo o órgão, são esperadas grandes precipitações para boa parte do Estado nos próximos quatro dias. A temporada de chuvas continua afetando vários municípios mineiros.

Em Ferros, no Vale do Aço, a prefeitura chegou a decretar a primeira situação de calamidade pública no Estado, mas, como não houve mortes, o município agora está em estado de emergência. Na cidade, cerca de 600 pessoas estão desabrigadas e desalojadas e há vários pontos de alagamento. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Carlos Elísio de Oliveira, foi montado um comitê de crise, com autoridades municipais e membros dos bombeiros e da Defesa Civil estadual. “Já sabemos que são mais de 25 casas destruídas parcialmente e cinco totalmente danificadas. Ainda há muitas residências com água e lama e estamos aguardando para ver a situação total dos danos. Até agora (tarde desta quinta), são 140 famílias desalojadas, cerca de 25 delas não poderão voltar para casa”, explicou.

Recorde. Em Guanhães, na região do Rio Doce, foi registrado nesta semana o maior pico de chuva do país em apenas um dia – 189,4 mm entre a noite da última terça-feira e a tarde de quarta. Houve alagamentos e cerca de 60 pessoas tiveram que ser levadas para abrigos.

Segundo um dos membros da equipe da Defesa Civil que atua na cidade, Wagner Aparecido dos Reis, há cerca de dez anos a cidade não via uma chuva dessa magnitude, e os reflexos foram alagamentos em pelo menos dois bairros e deslizamentos de terra, ocasionando danos em dezenas de casas. “Dessas 60 pessoas que estão hoje em abrigos, já sabemos que pelo menos 20 não têm como voltar para suas casas. Elas desmoronaram totalmente. Outras foram condenadas pela Defesa Civil. Agora, a gente precisa entender a situação e ver como remanejar esse pessoal”, diz Reis.

Segundo ele, uma equipe está monitorando a zona rural da cidade, que tem vários distritos ilhados. A cidade recebeu apoio dos bombeiros de Governador Valadares, na mesma região. 

Estragos

Governador Valadares
. Os bairros ribeirinhos estão alagados e 76 pessoas, desalojadas. O rio Doce deve chegar a 3,20m, aumentando os danos.

Poços de Caldas. Na cidade, uma das mais afetadas pelas chuvas, o dia nesta quinta foi de limpeza. Tanto o comércio quanto os moradores tentavam retomar a rotina. Não houve feridos ou desabrigados.

Cidades com mais precipitação

Segundo o Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), no período de 17 a 21 de janeiro diversas cidades alcançaram acumulado acima dos 100 mm. Os municípios com maior quantidade de chuva no período são Guanhães (333 mm), Montalvânia (299 mm), Florestal (263 mm), Timóteo (243 mm), Governador Valadares (214 mm) Espinosa (197 mm) e Capelinha (181 mm). Belo Horizonte alcançou o acumulado de 128 mm. A expectativa é que as chuvas continuem, com destaque para a região Norte do Estado.

Belo Horizonte

As chuvas deram uma trégua na capital mineira, mas de acordo com o coronel Alexandre Lucas, da Defesa Civil municipal, as equipes ainda estão empenhadas em algumas ocorrências e há casos de imóveis com danos e até risco de cair. Até o fechamento desta edição, não havia um balanço oficial dos danos na cidade. No Cafezal, no Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, mais de cem casas estão em risco. Os alertas já foram emitidos, mas até agora apenas uma família deixou o local após o imóvel em que morava desmoronar.

Pancadas de chuva vão até domingo

De acordo com o Centro de Climatologia PUC Minas Tempoclima, a previsão é que as chuvas permaneçam em grande parte de Minas Gerais até o fim da semana. No entanto, elas devem mudar de perfil. Em vez de serem constantes, haverá pancadas nos períodos da tarde e da noite.

Ainda conforme previsão do centro, as regiões que devem receber os maiores volumes são o Norte de Minas, o Noroeste do Estado e os Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce. Para Belo Horizonte, o volume já está diminuindo, mas ainda devem ocorrer pancadas de chuva até o próximo domingo. 

Interdição

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que há uma interdição na BR–354, em Itamonte, no Sul de Minas, em decorrência das fortes chuvas que assolaram a região. O asfalto está cedendo entre os KMs 765 e 774. Nesses trechos, está proibida a circulação de veículos pesados. Carros e motos podem passar em meia pista durante o dia. A orientação da PRF é que os veículos com até 33 t sigam para o Estado de São Paulo, façam um desvio pela cidade de Capivari, na mesma região. Os que têm acima de 33 t devem passar pela rodovia Fernão Dias.

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