Região Noroeste de BH

Desabamento de muro interdita 62 apartamentos no Camargos

Esta não é a primeira vez que o problema remove famílias do condomínio; em 2016, 40 famílias também precisaram deixar suas casas pelo mesmo problema

Por José Vítor Camilo
Publicado em 04 de dezembro de 2017 | 12:21
 
 
 
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Sessenta e dois apartamentos foram interditados pela Defesa Civil de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (4), após um desabamento parcial de um muro de contenção no bairro Camargos, na região Noroeste de Belo Horizonte. Os prédios ficam no condomínio Residencial Assunção Life, onde, em 2016, dois outros blocos foram interditados pelo mesmo motivo. 

Segundo Marcos Vinícius Vitório, da Defesa Civil, o órgão já havia comunicado a construtora Tenda sobre o risco iminente de desabamento do muro dos blocos 15 ao 17. "Em virtude da descida de muito material, houve o abatimento do platô da garagem e o muro veio a ruir. Há risco de novos desabamentos e, por isso, foi feita a interdição dos apartamentos de três blocos e de dois apartamentos, sendo um do bloco 22 e outro do 25, onde há outro muro com sinais de movimentação", explicou. 

Conforme o fiscal, agora a construtora deverá fazer obras de contenção para que as famílias possam retornar para suas casas. "No ano passado houve um acidente semelhante no mesmo condomínio, mas nos blocos 13 e 14. A questão é que este muro de contenção é bastante alto e está muito próximo dos apartamentos", continua Vitório. 

FOTO: SAWEL PERES / DIVULGAÇÃO
prédio camargos
Esta não é a primeira vez que desabamentos acontecem no local

O analista fiscal Sawel Peres de Assis, de 33 anos, é morador de um dos apartamentos interditados, no condomínio . "A Tenda entregou os apartamentos em maio de 2015, mas ele é todo construído em uma área de risco, onde há vários barrancos. Desde que a construtora entregou já estamos tendo problema com estes muros de contenção, que são bem altos. Acontece que, ao invés de resolver, eles ficam fazendo só o paliativo e, mais uma vez, somos forçados a sair de casa", reclama. 

O morador também teve que deixar o apartamento em 2016, quando 30 famílias foram retiradas de suas casas. "Caiu durante a madrugada, foi uma gritaria danada. As pessoas correndo para tirar o carro do estacionamento, pois quase foram engolidos pelo buraco. Agora com a interdição, falaram que vamos ser levados para um hotel, e aparentemente a Tenda vai arcar. Estou só juntando as roupas, as coisas para ir para algum lugar. Temos criança pequena e é bem complicado. Estou só aguardando minha família estar em segurança para poder ir trabalhar", completa Assis. 

Ainda de acordo com o morador, já foi feita uma denúncia no Ministério Público, sendo que a Defesa Civil apontou o risco e foi exigido da construtora um plano de ação, para o caso de novos deslizamentos. "Mas eles ficam empurrando com a barriga e não resolvem nada. Agora, com esta chuva que está vindo ainda, pode saber que teremos mais famílias desabrigadas neste condomínio", finaliza. 

O TEMPO procurou a assessoria de imprensa da Tenda, que informou por meio de uma nota que sua equipe técnica já está trabalhando no local desde a madrugada para solucionar os problemas. "Ao mesmo tempo, os moradores estão recebendo toda a assistência necessária, assim como todas as informações a respeito da situação", finaliza o texto. 

Atualizada às 13h07

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