ATENÇÃO

Em assembleia, professores da UFMG aprovam greve geral

A reportagem tenta contato com a universidade, mas ainda não conseguiu localizar um responsável para falar sobre o assunto

Por CAMILA KIFER
Publicado em 11 de novembro de 2016 | 11:51
 
 
 
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Os professores de todos os cursos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decretaram greve geral a partir da próxima quarta-feira (16). A medida adotada pelos docentes é uma forma de apoio aos estudantes que protestam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que limita o crescimento dos gastos públicos para os próximos 20 anos.

Em Belo Horizonte, com a presença de 453 docentes na assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (11) no salão nobre do campus de Medicina da UFMG,  na área hospitalar da capital, a paralisação foi definida após 397 professores se posicionarem a favor da greve. A proposta recebeu 43 votos contrários e 13 docentes utilizaram o direito de se abster.

"Foi uma assembleia extremamente produtiva, ordeira, onde os professores se posicionaram, entre outras coisas, contra a redução de verbas para educação. Além de existir uma posição muito clara dos professores com relação ao repúdio a PEC 55", explicou Carlos Barreira Martinez, que é presidente do  Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh).  

Mesmo apoiando a greve dos servidores, o sindicato afirma que os profissionais irão respeitar a escala mínima de trabalho, conforme estabelece a lei. "Vamos respeitar todos os parâmetros legais que estabelece condição mínima de atendimento ao serviço público", explicou Martinez.   

Ato. A mobilização dos professores aconteceu no início da manhã, por volta de 9h, na praça Afonso Arinos, na região Centro-Sul da capital. No local, além dos docentes, universitários munidos de faixas e cartazes nas mãos participaram da mobilização.

De lá, o grupo seguiu em passeata até o campus Saúde da UFMG, na área hospital, onde aconteceu a votação. 

Enquanto a proposta de greve era votada pelos professores do lado de dentro do prédio, um mar de alunos aguardava do lado de fora. A aprovação aconteceu de forma quase que unânime. 

A reportagem entrou em contato com a UFMG e aguarda um posicionamento da universidade em relação a greve. Com a decisão dos professores de deflagrar a greve, os cerca de 48.949 alunos matriculados na universidades neste ano podem ser afetados. 

Na região Central do Estado, os professores, os técnico-administrativos e dos discentes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), também deflagraram a greve nesta sexta-feira (11). Ao contrário do que estabeleceu os professores da capital, que determinaram um dia para o fim da paralisação, neste caso, os trabalhadores definiram por parar por tempo indeterminado. 

Além de se mostrar contrários a PEC 55, os servidores da UFOP também se posicionaram insatisfeitos com a Medida Provisória 746 - que prevê mudanças nas diretrizes do Ensino Médio-, aa o projeto de Lei Escola Sem Partido, a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista.

Em nota, a reitoria da UFOP afirma que recebeu os comunicados oficiais dos sindicatos dos docentes e dos técnicos administrativos e que irá organizar comissões de negociações para dar encaminhamentos que surgirem durante a paralisação.

Movimento pelo interior. Os professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) que entraram em greve nesta sexta se unem aos servidores técnico-administrativos da UFMG, do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), que estão parados desde o dia 31 de outubro pelo mesmo motivo.

 

 

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