O homem apontado como autor de mais de 30 estupros na região dos bairros Barreiro e Cidade Industrial, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi solto em novembro do ano passado. Segundo informações da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Contagem, a liberação ocorreu depois que o acusado foi considerado inocente em um dos onze processos onde ele é apontado como autor.
V.O., de 44 anos, estava preso desde 2013 com um mandado de prisão por roubo, quando a Polícia Civil o identificou como suspeito de diversos estupros. Na época, ele foi reconhecido, por acaso, por uma mulher que o acusava de abuso sexual, o que desencadeou a investigação. Os ataques eram em sua maioria realizados em passarelas da região, o que fez com que ele fosse identificado como "o maníaco das passarelas".
A Secretaria de Estado de Defesa Social confirmou que os suspeito foi liberado da Presídio Inspetor Martins Drumond, em Ribeirão das Neves, onde estava em prisão provisória por roubo, no dia 22 de novembro. De acordo com as informações dadas pela DEAM de Contagem, não havia nenhum pedido de prisão preventiva acolhido pela Justiça quando foi emitido o alvará de soltura.
Um mês antes, no dia 23 de outubro de 2014, ele foi apresentado pelo 2º Departamento de Polícia Civil de Contagem, como o "maniaco das passarelas". De acordo com a polícia civil, um novo pedido de prisão preventiva foi emitido no dia 4 de dezembro e desde então ele é considerado foragido.
A delegada responsável pela investigação, Laise Aparecida Rodrigues, alega ter feito ao menos três pedidos de prisão preventiva contra o suspeito. Contra ele existem quatro processos em aberto na Justiça, dois deles foram dados como improcedentes e outros dois estão em andamento.
Ele foi apontado como responsável por mais 30 estupros na região e a investigação feita pela delegada levou a intimação de 20 mulheres. Destas, 11 compareceram à delegacia e reconheceram o V.O. como o autor dos estupros. Segundo a Polícia material genético colhido nas vítimas foi comparado com uma amostra de esperma do suspeito, comprovando sua autoria.
A assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais informou que dois casos em que o suspeito figura como autor foram julgados improcedentes, já que o material genético recolhido não era compatível com o do réu.