OS VINGADORES

Expulsos de Venda Nova, cinco bandidos voltam e executam 'ex-amigo'

Vítima foi alertada da presença dos homens, mas não se preocupou e ainda tentou conversar com os suspeitos; ninguém foi preso

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 27 de maio de 2015 | 06:29
 
 
 
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A Polícia Militar está à procura de cinco homens que teriam participado da execução de um jovem de 29 anos, na noite dessa terça-feira (26), na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. O grupo foi expulso da área e resolveu voltar para se vingar de um “ex-amigo”.

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, uma testemunha contou aos militares que conversava com José Francisco Salvador Pires, conhecido pelo apelido de “Neném”, e outras pessoas na rua Polônia, no bairro Jardim Leblon, quando avistou um homem dentro de um Focus passando por um beco.

Logo depois, apareceram mais quatro suspeitos a pé e com armas em punho. O homem correu e gritou que a vítima se escondesse. No entanto, Pires teria ignorado o conselho do jovem e permaneceu no lugar que estava.

Os atiradores se aproximaram e, nesse momento, a vítima disse: “Calma, Gordinho. Calma, Mateus. Sou eu, o Neném”. Em seguida, ele ainda tirou o boné para que fosse reconhecido pelos suspeitos. Porém, os criminosos ignoraram a fala de Pires e começaram a atirar.

O jovem foi baleado quatro vezes no tórax e nas costas e morreu no local. Segundo populares, os atiradores são dois jovens de 22 e 26 anos, irmãos, sendo que o mais novo tem um mandado de prisão em aberto, outros dois homens de 33 e 24, também irmãos, e um comparsa de 23.

A disputa por pontos de tráfico de drogas no bairro teria provocado a expulsão do grupo. Eles, atualmente, morariam no bairro Jardim Laguna, em Contagem, na Grande BH. 

A ocorrência foi encerrada na Central de Flagrantes I (Ceflan).

Homicídio foi um caso atípico, segundo a polícia

O homicídio de Neném foi um caso isolado no aglomerado do Jardim Leblon. Segundo o major Cláudio Alves e Silva, da 15ª Companhia do 49º Batalhão, responsável pela região, há muito tempo não acontecia registros dessa natureza a área.

“Depois que esse grupo foi embora, a situação ficou mais tranquila no aglomerado. Eles comandavam algumas bocas de fumo da região, mas acabaram perdendo força devido às apreensões realizadas pela polícia e das diversas prisões de alguns integrantes da quadrilha”, explicou o policial.

Segundo o major, os criminosos resolveram ir embora depois de prejuízos e perda de poder. No entanto, o grupo não se conformou e voltou para se vingar.

“Há mais de um ano eles não apareciam aqui. Esses suspeitos já são bem conhecidos, principalmente os que são irmãos, pelo envolvimento com drogas e alguns homicídios. Eles se juntaram com outros bandidos”, contou o major.

Após o crime, equipes do Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco (Gepar) deslocaram até alguns endereços dos criminosos no Jardim Laguna. No entanto, eles não foram localizados.

Vítima tinha “ficha limpa”

Neném, a princípio, não tinha envolvimento com o mundo do crime. De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), não há nenhum registro com o nome dele no sistema prisional do Estado.

Ainda conforme o major, a vítima também não era conhecido pelos policiais que atendem o bairro. “Passagem ele não tinha. Testemunhas contaram aos militares que quando os amigos pediram para ele correr, o Neném teria dito que não tinha motivos para isso, uma vez que não tinha nada contra os homens. No entanto, como ele foi o único que ficou, os bandidos aproveitaram e cometeram o crime contra ele”, finalizou o policial.

A Polícia Civil informou que a motivação do crime ainda será investigado pela Delegacia de Homicídios, que já qualificou dois suspeitos. 

 

Atualizada às 17h29

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