O líder do “Bando da Degola”, Frederico Flores, que torturou e matou dois empresários em 2010, no bairro Sion, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi interrogado na tarde desta sexta-feira (20), no Fórum Lafayette, em um processo em que ele é acusado de tortura e extorsão. Ele, no entanto, manteve o silêncio e não quis responder os questionamentos da acusação e da defesa.
O interrogatório é parte do processo movido pelo ex-delegado Regional do Trabalho, Carlos Calazans, que denunciou que o acusado exigiu dele R$ 1 milhão e revelou que, durante a sessão de tortura, ele ainda foi submetido à violência sexual e foi obrigado a segurar nós órgãos genitais de dois homens. O caso ocorreu em 2009, na capital.
“Ele se reservou ao direito de permanecer em silêncio, o que é constitucionalmente assegurado ao acusado, e o juiz agora abriu vista para fins de diligências eventuais requeridas pela acusação e defesa, e posteriormente as alegações finais”, explicou o advogado de Flores, Ércio Quaresma.
Segundo ele, Flores nega a autoria do crime, e essa é a estratégia da defesa. No entanto, mesmo que ele seja condenado, a pena será reduzida. “Foi requerida pela defesa a instauração do incidente de sanidade, que detectou a sua semi-imputabilidade. Então, na eventual hipótese de um reconhecimento de autoria dos fatos que lhe são imputados, haverá uma redução obrigatória da pena, de um terço a dois terços”, afirmou Quaresma.
Relembre o caso
Os sócios Rayder Rodrigues e Fabiano Moura foram sequestrados e levados para um apartamento no bairro Sion, em abril de 2010. Eles estariam envolvidos em esquema de lavagem de dinheiro e foram extorquidos pela quadrilha liderada por Flores. Após obter dinheiro, o grupo assassinou os empresários. Os corpos foram encontrados carbonizadas em uma mata em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. As cabeças e os dedos estavam cortados.
Além de Arlindo Lobo, Frederico Flores e Renato Mozer, os outros cinco acusados são Adrian Grigorcea, André Bartolomeu, Luiz Astolfo, Sidney Beijamim e Gabriela Costa.