Região Metropolitana de BH

Frentista mata vizinho por causa de fio de TV a cabo em Vespasiano

Crime aconteceu na porta do trabalho da vítima, em abril do ano passado, e suspeito foi preso em fevereiro

Por Bernardo Almeida
Publicado em 04 de março de 2015 | 13:01
 
 
 
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Um frentista foi preso por matar o vizinho em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. O motivo: um fio de TV a cabo que invadiu a casa do suspeito. Ele foi apresentado à imprensa pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (4).

O assassinato ocorreu em abril do ano passado, no bairro Morro Alto. O porteiro de um centro educativo do projeto Curumim, Paulo Henrique de Oliveira Ramos, de 24 anos, estava na porta do local onde trabalhava. Era domingo, e não havia atividades no centro. Após chegar ao centro às 7h, o porteiro foi à padaria, onde comprou café e biscoitos e, ao chegar novamente a seu posto, por volta das 9h20, um carro com dois homens parou à sua frente, um deles desceu, chamou por Paulo e atirou duas vezes contra ele, um disparo no rosto e outro no peito.

“Foi um caso complexo, porque o Paulo tinha passagens por uso e tráfico de drogas, então inicialmente também trabalhamos com a possibilidade de ser um acerto de contas, mas a família nos dizia que ele estava tentando se redimir, então não acreditavam que essa fosse a causa”, disse o delegado Sérgio Paranhos, da delegacia de Polícia Civil de Vespasiano. “A única pista que tínhamos era o carro utilizado pelo autor dos disparos, um Gol vermelho”.

Durante a investigação, os policiais descobriram que, 15 dias antes do crime, Paulo havia se desentendido com seu vizinho, um frentista de 25 anos, proprietário de um Gol vermelho, que a polícia acredita que ele estava dirigindo.

“Paulo morava com a mulher e contratou um serviço de TV por assinatura. Eles passaram o cabo por cima do telhado da garagem do vizinho. Isso provocou uma discussão entre os dois. O frentista, que vivia com mulher e filhos, ameaçou Paulo e destruiu o cabo”, afirma Paranhos. “Foi difícil chegar a essa causa porque é um motivo muito fútil, uma coisa que qualquer pessoa civilizada resolveria conversando”, diz. O suspeito já tinha passagem por ameaça.

De acordo com o delegado, o frentista confessou que estava no carro, mas alegou que quem efetuou os disparos foi seu comparsa, um homem de apelido Neguinho, de 28 anos, que também morava na região. Neguinho também foi ouvido e confessou participação à época, mas atribuiu os disparos ao frentista.

“Uma testemunha descreveu o autor dos disparos como um homem branco e magro, características que indicam o frentista. Os dois suspeitos disseram que estavam sob o efeito de álcool e cocaína, que haviam consumido durante a madrugada anterior ao crime. Eles sabiam onde a vítima trabalhava e a rotina dela”.

Neguinho foi morto a tiros em novembro do ano passado. “Estamos iniciando as investigações sobre a morte dele, mas não podemos associar a este crime porque ele tinha inúmeras passagens pela polícia por outros delitos, como uso de drogas, homicídio, porte ilegal de armas e por dirigir embriagado. Na época da morte de Paulo, ele estava em regime aberto, com uso de tornozeleira eletrônica”, disse o delegado Paranhos.

Na época do assassinato do porteiro Paulo, o frentista trabalhava em um posto de gasolina no próprio bairro Morro Alto, onde também morava. Pouco tempo depois, ele se mudou para um bairro próximo, e estava trabalhando em um posto de gasolina na região do Seis Pistas, na cidade de Nova Lima, também na região metropolitana de Belo Horizonte.

Foi nesse posto em que ele foi preso, no dia 10 de fevereiro deste ano, durante cumprimento de mandado. O suspeito está no presídio de Vespasiano e irá responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por impossibilitar a defesa da vítima, com pena que varia de 12 a 30 anos de reclusão.

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