Um ginecologista de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, está sendo investigado pela Polícia Civil como suspeito de abusar sexualmente de pacientes durante consultas na cidade. O médico, que não teve o nome revelado, foi preso na última sexta-feira (17) após mais de dois meses de investigação.
“Um inquérito foi aberto após quatro vítimas procurarem a delegacia para denunciar este profissional. Imediatamente começamos a checar as informações e conseguimos a prisão preventiva dele, para apurarmos melhor os fatos. Desde que ele foi detido, outra três mulheres já nos procuraram e acreditamos que o número de vítimas pode aumentar ainda mais”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Felipe Pontual.
De acordo com o policial, os abusos aconteciam durante as consultas quando o médico tentava masturbar as pacientes e até mesmo a fazer sexo com elas. “Essas mulheres que identificamos como vítimas são bastante novas, com idades entre 18 e 23 anos, e então acreditamos que ele se aproveitava disso para falar que o que estava fazendo era um procedimento normal de consulta. Em uma das situações ele teria chegado a tirar o órgão sexual para fora e tentou fazer sexo com uma dessas mulheres”, contou o delegado, acrescentando que o ginecologista também não permitia a entrada de enfermeiros e acompanhantes durante as consultas.
Crime
Diante dos fatos, o médico deverá responder pelo crime de “Violação sexual mediante fraude”, previsto no artigo 215 do Código Penal Brasileiro. “É importante dizer que outras vítimas vejam e possam procurar a polícia também. A prática que ele fez é criminosa e temos provas testemunhais muito contundentes”, disse o delegado.
Ainda segundo o delegado, em seu primeiro depoimento, o médico se mostrou surpreso com a prisão e negou os abusos. Na cidade, ele trabalhava em uma clínica própria e também em um hospital da cidade. A reportagem procurou a direção da unidade para se pronunciar sobre o assunto, mas ainda não obteve resposta.
Defesa
O advogado de defesa do médico, que não quis ter o nome divulgado, informou que já entrou com um pedido de revogação da prisão ou a substituição por uma das medidas cautelares previstas no código de processo penal, e que que ainda não vai se pronunciar sobre o caso, uma vez que o inquérito só foi fornecido no final da tarde desta segunda-feira (20), portanto ainda não havia tomado conhecimento completo acerca do fato.
Ainda segundo a defesa, algumas notícias veiculadas causaram estranheza, uma vez que o inquérito ainda está em tramitação, mas que o médico sequer figura como indiciado, apenas investigado, e que confia plenamente na inocência do suspeito, haja vista a manifestação e a comoção da população a favor dele.
Atualizada às 22h45