Manifestantes em defesa dos animais fazem um protesto na manhã desta terça-feira (1º), no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), região da Pampulha, em Belo Horizonte. Pelo menos 16 gatos foram mortos com requintes de crueldade no prédio da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), há duas semanas, segundo a Ong BastAdotar, que pede investigação rigorosa.
Em sinal de luto, uma faixa preta foi colocada na entrada do campus e 16 cruzes afixadas no gramado. Cerca de 15 pessoas fazem panfletagem desde às 7h. Às 9h, outro ato está previsto no refeitório da Fafich. "O pessoal da limpeza começou a encontrar os corpos dos gatos espalhados pelo local. Alguns estavam sendo descartados junto com o lixo. Então nós decidimos protestar para chamar a atenção para o problema", contou Viviane Barbosa, integrante da ONG.
A suspeita é que um psicopata, com a conivência da segurança do campus, esteja por trás das mortes dos felinos. E essa não é a primeira vez que uma matança de gatos é registrada na faculdade. "Em 1999, o massacre foi institucional", relembrou Mirian Chrystus, da BastAdotar.
"Essa luta nossa, para proteção dos gatos, começou em 1999, quando aconteceu um grande massacre institucional. A Fafich mandou cerca de 50 gatos para a câmara de gás, que não existe mais. Na época nós ainda nem éramos ONG, mas movemos um processo na procuradoria do Meio Ambiente. Depois disso, foi criado um grupo de controle junto à Zoonoses, e aí passamos a monitorar o controle da população felina. Em seis anos, fazendo o trabalho de castração, vacina, cerca de 600 gatos foram encaminhados para a adoção".
A ONG BastAdotar foi criada há seis anos, sem qualquer ligação com a UFMG, mas formada por pessoas ligadas à universidade, como professores, funcionários e ex-alunos". Nesse intervalo, no início dos anos 2.000, foi noticiada pela imprensa a morte de 14 gatos na universidade. A matança institucional não existe mais, mas, há cerca de duas semanas,16 gatos foram mortos, de novo, lá dentro da Fafich, com requintes de crueldade. Os animais foram estripados e alguns tiveram as tripas enroladas no pescoço. Como os casos sempre acontecem à noite e de madrugada, a gente suspeita de alguma conivência até da segurança, que está lá pra tomar conta. Ninguém vê nada, não ouve nada, e gatos fazem barulho... Pode ser até um psicopata. Então, há risco para as pessoas também", pontuou Mirian.
A organização desconsidera a possibilidade de a mortandade ter sido provocada por cães, dado o comportamento ágil dos felinos. Diante do que consideram um ato bárbaro perpetrado possivelmente por um ser humano psicopata, a ONG cobra uma investigação rigorosa, além da instalação de câmeras e uma política de controle animal nas universidades.
Assessoria da UFMG informou que o diretor da Fafich, Fernando Filgueiras, já encaminhou um ofício à Polícia do Meio Ambiente solicitando a investigação do caso.
Atualizada às 11h25