Segurança

Maio Amarelo: estradas estaduais de Minas têm 22 acidentes por dia em 2024

As principais causas de acidentes em Minas Gerais são embriaguez, uso de celular e ultrapassagem proibida

Por Raquel Penaforte
Publicado em 02 de maio de 2024 | 09:11
 
 
 
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O ano começou com menos acidentes nas estradas estaduais mineiras do que 2023, porém sem motivos de comemoração. A cada dia foram registrados 22 acidentes no Estado, ou seja, 2.708 de janeiro até o momento. Em todo o ano passado foram 7.129. Os dados foram divulgados pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) nesta quinta-feira, no lançamento da Campanha Maio Amarelo, com o objetivo de reduzir acidentes e infrações de trânsito. O tema deste ano é “A Paz no Trânsito Começa por Você”.

A campanha vai até o final do mês e busca conscientizar motoristas e pedestres com ações educativas, além de fiscalização nas estradas e vias urbanas. Segundo o tenente-coronel Aleixo Junior, 1.200 militares vão atuar em mais de 30 quilômetros de rodovias estaduais e federais delegadas ao Estado. "Todo o nosso efetivo vai estar nas estradas, em pontos estratégicos, fazendo blitzes para averiguar as condições do condutor, bem como se houve uso de bebidas alcoólicas, drogas, se está com a documentação regular e também as condições dos veículos, tudo isso para garantir um transporte seguro", disse.

Até o dia 1 de maio de 2024, Minas Gerais já registrou  2708 acidentes de trânsito, com 293 mortes mortes. Segundo a estimativa da Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais, neste ano, devem ocorrer 7.129 acidentes e 712 óbitos. No ano passado, foram 9.254, com 1001 óbitos. Segundo tenente coronel, as principais causas desses acidentes são embriaguez, falta de atenção, uso de celular e ultrapassagem em locais proibidos.

"Todos precisam entender que a segurança no trânsito é uma responsabilidade de todos, e, pelo código de trânsito, é necessário priorizar a segurança dos pedestres e depois dos veículos menores para os maiores, respeitando o espaço de cada um", acrescentou.

Vítimas na Capital

O Batalhão de trânsito de Belo Horizonte registrou no ano passado 104 mortes relacionadas à acidentes de trânsito. Dados de 2024 ainda não foram divulgados.
 
O médico de tráfego e diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, afirmou que o mês do Maio Amarelo é o movimento mais "nobre e eficaz para a conscientização coletiva do atual cenário" e busca aproximar especialistas e a sociedade civil. "Com ações dirigidas e em tempo maior, isso modifica o entendimento da pessoa acerca de riscos. É um motivador para a mudança do comportamento. Por isso, o tema 'A paz no trânsito começa por você' é bom e entrega para a população a mudança do comportamento, mas não por imposição, sim por conscientização coletiva", afirma.

Entre as principais causas de acidente, conforme o especialista, estão as condições de saúde do motorista e do veículo, além do comportamento geral no trânsito. Para Coimbra, é imprescindível o descanso dos motoristas, principalmente aqueles que vivem do volante, como caminhoneiros e motoristas de aplicativo.  Ele lembra que o condutor que passa 12 horas ou mais dirigindo têm efeitos parecidos com o de embriaguez, como a perda da capacidade de reagir em pouco tempo a situações imprevistas. O excesso de velocidade também impacta na reação e está diretamente associada à letalidade no trânsito. "Quanto maior a velocidade, maior a chance de letalidade de um acidente", disse. Coimbra também lembrou da importância do uso dos cintos de segurança por ocupantes nos bancos de trás e os equipamentos obrigatórios para o transporte de crianças.

Aprendizado 

Durante o lançamento da campanha, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, um simulador de capotamento de veículos possibilitou que pedestres pudessem experienciar  a sensação de um carro capotando. A cantora Aline Cotosck, de 32 anos, foi com um dos três filhos, o Carl, de 9 anos, no simulador e concluiu: "sensação péssima!".

"Eu já brigava com as crianças sobre uso de cinto de segurança, porque eles ficam naquela bagunça, querem tirar cinto, e agora, mais do que nunca, ele aprendeu a importância de usar", afirmou.

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