Para trabalhar e estudar

Mais de 119 mil pessoas se deslocam entre BH e Contagem diariamente

Deslocamento entre as duas cidades é o terceiro maior do país segundo levantamento do IBGE, ficando atrás apenas de Niterói/São Gonçalo (120.329) e Guarulhos/São Paulo (146.330)

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 25 de março de 2015 | 20:43
 
 
 
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Quase 120 mil pessoas se deslocam diariamente entre Contagem e Belo Horizonte para trabalhar e estudar. O movimento entre as duas cidades é o terceiro maior de todo o país, atrás apenas de viagens entre as cidades de Niterói e São Gonçalo (120.329), no Rio de Janeiro, e Guarulhos e São Paulo (146.330), no Estado de São Paulo.

Esses são alguns números do estudo “Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil”, divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento aponta que, em 2010, mais da metade da população brasileira (55,9%) vivia nos chamados arranjos populacionais  – agrupamentos de dois ou mais municípios com forte integração populacional.

Em Minas Gerais, do principal arranjo, da região metropolitana de Belo Horizonte, o deslocamento entre a capital e a cidade de Contagem é o maior, com 119.648 pessoas transitando diariamente entre os dois municípios.

Depois de Contagem, a segunda cidade que tem um maior intercâmbio com a capital mineira é Ribeirão das Neves, com 80.201 pessoas se deslocando entre os dois municípios. Em todas estas cidades as principais reclamações estão na qualidade dos transportes, quase sempre lotados, e com um longo período de espera. 

Ainda conforme o levantamento do IBGE, o arranjo da grande BH é formado por 22 cidades além da capita. São elas elas: Betim, Brumadinho, Caeté, Confins, Contagem, Esmeraldas, Igarapé, Ibirité, Nova União, Lagoa Santa, Mário Campos, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Sabará, Santa Luzia, São Joaquim de Bicas, São José da Lapa, Sarzedo e Vespasiano.

A população dos 23 municípios que alternam os deslocamentos entre si é de aproximadamente 4.7 milhões de pessoas, sendo que pouco mais de 565 mil (11,95%) delas utilizam as 186 ligações diferentes que levam a outras destas cidades para trabalhar e estudar. O arranjo da região metropolitana conta com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 117,853 bilhões e o total de 136.619 empresas instaladas em todas as cidades.

FOTO: IBGE/REPRODUÇÃO
arranjos populacionais
Minas tem, além do arranjo da grande BH, vários outros médios e pequenos

Além das metrópoles, principalmente na região Sudeste foi observado que os arranjos populacionais acompanham os grandes centros urbanos, formando médias concentrações com populações entre 100 mil e 750 mil habitantes. Em Minas Gerais, o IBGE destacou as regiões no entorno de Ipatinga, no Vale do Aço, e Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Ipatinga foram um arranjo com as cidades de Belo Oriente, Bugre, Coronel Fabriciano, Ipaba, Jaguaraçu, Mariléria, Naque, Santana do Paraíso e Timóteo. Estas cidades reúnem uma população de 509.110 pessoas e 79.890 (15,69%) delas se deslocam entre elas.

Já em Juiz de Fora é a principal cidade do arranjo populacional com os municípios de Ewbank da Câmara, Matias Barbosa e Simão Pereira, que juntas somam uma população de 535.972 pessoas. Destas, 7.074 transitam entre elas, um número relativamente baixo, cerca de 1,3% do total.

Brasil

Conforme o levantamento, em todo o país, um total de 106,8 milhões de pessoas transitam entre 294 arranjos formados por 938 municípios brasileiros. A região Sudeste possui o maior número de arranjos (112), que englobam 72% da população da região (57,8 milhões). Já o Norte conta com o menor número (17), envolvendo 23,5% da população local (3,7 milhões).

Manaus (AM), Campo Grande (MS) e Palmas (TO) são as únicas capitais estaduais que não formam arranjos populacionais. Ainda de acordo com o estudo do IBGE, as cinco maiores concentrações urbanas em 2010 eram “São Paulo/SP” (19,6 milhões de habitantes), “Rio de Janeiro/RJ” (11,9 milhões), “Belo Horizonte/MG” (4,7 milhões), “Recife/PE” (3,7 milhões) e “Porto Alegre/RS” (3,6 milhões).

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