Um dos principais problemas atuais que também tem preocupado o Comitê do São Francisco é a presença de uma grande mancha que toma 32 quilômetros de extensão, no Lago de Xingó, entre Alagoas e Sergipe, formada pela afloração de microalgas.
De acordo com o secretário do comitê do São Francisco, José Maciel, o CBHSF já convocou uma reunião emergencial com vários órgãos para tratar do assunto. “Inicialmente, não foi dito que problema era aquele, mas laudos técnicos feitos pelo Instituto de Meio Ambiente de Alagoas mostraram que se trata de microalgas. O abastecimento já foi suspenso em sete municípios e 105 mil pessoas ficaram sem abastecimento inicialmente oito dias, depois conseguimos uma negociação e a vazão foi aumentada para 1.500 metros cúbicos por segundo, mas a alga não diluiu
Já são 28 km de extensão com as microalgas e sete metros de profundidade. É uma situação alarmante, nunca antes vista no país”, afirma o secretário. No entanto, informações mais recentes, apontam aumento de mais 4 km na mancha.
A mancha escura com grandes quantidades de microalgas apareceu a partir do final do mês de abril no leito do rio São Francisco (região do Baixo), modificando a modificou a cor e a qualidade da água, além de causar também danos ambientais. Mais de cem mil alagoanos deixaram de ser atendidos pela Companhia de Abastecimento de Alagoas (Casal), em nove municípios e o serviço passou a ser feito por carros-pipa.
O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Bahia, Célio Costa Pinto, disse durante a Plenária que os resultados das primeiras análises feitas pela Universidade de Alagoas apontam a predominância da alga Ceratium e cianobactérias. Antes disso, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) já havia sido responsabilizada por causar o problema. “O Ibama entregou ontem (anteontem) uma cópia do laudo ao Ministério da Saúde. É preciso ter muito cuidado e, inclusive, monitorar a água tratada para verificar a concentração, pois pessoas que fazem hemodiálise correm risco”, alertou Pinto.
Segundo ele, o órgão continuará recebendo informações de diversos setores para “monitorar a temperatura e concentração da floração e estudar possíveis medidas de controle, que ainda não temos para anunciar, devido a complexidade e extensão da mancha, a altura da coluna d'água, e pela localização em um cânion de difícil acesso”. “Esses fatores dificultam a remediação”, disse.
Medida emergencial
O Ibama vai acompanhar os teste de redução de vazão no rio São Francisco. Essa medida que tem caráter emergencial, vale por 180 dias e pode ser revogada.