A prática do skate ainda passa por outros entraves além da estrutura de pistas nas cidades brasileiras. É um esporte que se profissionalizou há pouco tempo no país, e os patrocínios e campeonatos ainda estão tomando força. No entanto, ainda assim, as principais marcas de equipamentos, roupas e sapatos esportivos já aderiram à prática de fornecer materiais para os skatistas mais conhecidos. O auxílio serve para divulgar as marcas pelas ruas da cidade e fazer com que os atletas gastem menos, principalmente em peças, que, segundo o skatista Douglas Batista, 33, são caras e se desgastam com facilidade.
“O esquema de patrocínio acontece aqui como em qualquer outro lugar, mas em Belo Horizonte ainda é bem difícil. O nível de skatistas já é muito alto, e tem muita gente boa, mas as principais marcas estão voltadas para outros lugares, como o Sul do país e o Estado de São Paulo”, explica o atleta.
Um dos principais competidores de Belo Horizonte, Thiago Antunes, 27, já ganhou prêmios tanto aqui como fora do país. Ele ainda é amador, mas já recebe patrocínios. “Geralmente quem patrocina (os atletas) são as marcas, e quem recebe a verba são skatistas que têm um nível melhor. O patrocínio pode vir em forma de peças e calçados apropriados. Como o esporte é urbano, confecções que trabalham com o estilo disseminado pelo esporte também apoiam a prática”, exemplifica.
De acordo com Antunes, os patrocínios ainda são poucos, mas costumam ser feitos, na sua maioria, por marcas voltadas especificamente para o skate e por lojas de relógios e óculos, por exemplo. Ele explica que o apoio financeiro ocorre não somente a praticantes profissionais, mas também a atletas amadores que já participam de competições.
Indoor. Outro segmento que explora o boom do skate nos últimos anos são as pistas particulares, mais conhecidas como pistas indoor. Ainda são apenas duas em Belo Horizonte, segundo Batista – que trabalha em uma delas –, mas a procura é grande, principalmente de crianças.
“Nas pistas indoor, a procura maior é de crianças e adolescentes de até 16 anos. A galera mais velha prefere as públicas, mas às vezes aparece alguém”. Batista explica que, nessas pistas, existe tanto o serviço apenas do local para a prática como a oferta de aulas. Crianças com idade a partir de 3 anos já podem se inscrever.
Para o treino livre, a pista em que ele trabalha cobra R$ 8 a hora. Com um monitor, o valor sobre para R$ 30. Não há limite de pessoas, já que no esporte há grande rotatividade. “Enquanto uns descansam, outros estão treinando as manobras, e assim a pista fica cheia todo o dia”.
Falta de manutenção e defasagem das pistas ainda são entraves
Mesmo com a chegada de investimentos e com sociedade e governo olhando mais para o skate, atletas reclamam de questões como falta de manutenção das pistas, algumas defasadas.
Thiago Antunes, 27, defende a importância de consultar os skatistas antes de se fazerem pistas. Um engenheiro qualificado que não entende do esporte pode causar problemas no equipamento, segundo ele. Antunes e outros adeptos defendem que a manutenção das pistas deve ser constante, devido ao atrito causado pelo esporte. “É como no asfalto, que necessita de reparos de tempos em tempos”, explica Douglas Batista, 33.
A manutenção de pistas dos parques é feita, de acordo com a demanda, pela Fundação de Parques; e, nos outros equipamentos, pelas regionais, segundo a assessoria da prefeitura.