Com um déficit mensal de R$ 200 mil e falta de médicos pediatras para atender os pacientes, a maternidade do hospital Margarida, em João Monlevade, na região Central do Estado, corre risco de ser fechada. Segundo Luiz Carlos Valente, vice-presidente da instituição, uma das mais importantes da região, a unidade tem condições de manter o atendimento apenas até dezembro deste ano. Se após esse período os problemas não forem solucionados, a maternidade terá que fechar as portas.
De acordo com Valente, atualmente, o Margarida possui um déficit mensal total de R$ 680 mil, sendo que cerca de 29% desse valor é gerado apenas pela maternidade. “Isso ocorre porque 85% dos atendimentos realizados na maternidade são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os outros setores conseguem compensar por causa dos convênios particulares”, explica.
Ainda segundo o vice-presidente, o Margarida recebe cerca de R$ 230 mil da Prefeitura de João Monlevade e R$ 200 mil da Secretaria de Estado de Saúde. Porém, os recursos não são suficientes, já que a instituição atende grande número de pacientes de municípios vizinhos e, principalmente, muitas vítimas de acidentes na BR–381. De acordo com ele, as prefeituras da região não contribuem com a instituição. “Já pedimos um empréstimo na Caixa Econômica Federal que será suficiente para manter o hospital até o fim do ano”, afirma.
De acordo com a obstetra Ingrid Drummond, 42, todos os profissionais da maternidade estão com os salários em dia e possuem boas condições estruturais de trabalho. Para ela, o que gera o déficit da maternidade é a falta de credenciamento do setor na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) junto ao SUS. “Não temos como transferir os bebês que nascem prematuros para a UTI, e cuidar deles na maternidade gera custos altos para o setor”, explica.
Pessoal. Outro problema que compromete o hospital Margarida é a falta de pediatras. Atualmente, são apenas seis. Segundo Valente, seriam necessários mais dois para que a escala de plantões da unidade fosse completa.