João Monlevade

Maternidade do hospital Margarida pode fechar  

Cerca de 85% dos pacientes da unidade são atendidos pelo SUS

Por cinthia ramalho
Publicado em 28 de agosto de 2014 | 03:00
 
 
 
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Com um déficit mensal de R$ 200 mil e falta de médicos pediatras para atender os pacientes, a maternidade do hospital Margarida, em João Monlevade, na região Central do Estado, corre risco de ser fechada. Segundo Luiz Carlos Valente, vice-presidente da instituição, uma das mais importantes da região, a unidade tem condições de manter o atendimento apenas até dezembro deste ano. Se após esse período os problemas não forem solucionados, a maternidade terá que fechar as portas.

De acordo com Valente, atualmente, o Margarida possui um déficit mensal total de R$ 680 mil, sendo que cerca de 29% desse valor é gerado apenas pela maternidade. “Isso ocorre porque 85% dos atendimentos realizados na maternidade são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os outros setores conseguem compensar por causa dos convênios particulares”, explica.

Ainda segundo o vice-presidente, o Margarida recebe cerca de R$ 230 mil da Prefeitura de João Monlevade e R$ 200 mil da Secretaria de Estado de Saúde. Porém, os recursos não são suficientes, já que a instituição atende grande número de pacientes de municípios vizinhos e, principalmente, muitas vítimas de acidentes na BR–381. De acordo com ele, as prefeituras da região não contribuem com a instituição. “Já pedimos um empréstimo na Caixa Econômica Federal que será suficiente para manter o hospital até o fim do ano”, afirma.

De acordo com a obstetra Ingrid Drummond, 42, todos os profissionais da maternidade estão com os salários em dia e possuem boas condições estruturais de trabalho. Para ela, o que gera o déficit da maternidade é a falta de credenciamento do setor na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) junto ao SUS. “Não temos como transferir os bebês que nascem prematuros para a UTI, e cuidar deles na maternidade gera custos altos para o setor”, explica.

Pessoal. Outro problema que compromete o hospital Margarida é a falta de pediatras. Atualmente, são apenas seis. Segundo Valente, seriam necessários mais dois para que a escala de plantões da unidade fosse completa.

 

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