ENTENDA O CASO

Mineira PCD denuncia direitos desrespeitados por cia aérea; VÍDEO

A mineira esclarece que só pode viajar ao lado da acompanhante, o que é negado pelo funcionário

Por O TEMPO
Publicado em 29 de abril de 2024 | 11:45
 
 
 
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Uma  professora  da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) usou suas redes sociais para denunciar que, na última sexta-feira (26/4), foi vítima de descaso e teve os direitos desrespeitados durante o embarque de voo que seguia de Brasília para Belo Horizonte.

Nas imagens compartilhadas no perfil do Instagram, Aline Castro, de 30 anos, aparece discutindo com um comissário de bordo da companhia aérea Latam. A mineira esclarece que só pode viajar ao lado da acompanhante, o que é negado pelo funcionário. VEJA O VÍDEO:

"Eu tenho fraqueza muscular, e eu preciso de uma pessoa ao meu lado para me dar um suporte no pescoço, senão a minha cabeça cai na hora da decolagem. E aí eu falei com ele [o chefe de bordo] que não havia essa possibilidade de eu voar longe da minha acompanhante. E aí ele falou que, então, eu não iria viajar, que eu poderia me retirar do avião, que eu não iria seguir naquele voo", contou.

 

O incidente ocorreu quando Aline voltava de uma viagem a trabalho na capital federal, onde cumpriu agendas na Esplanada dos Ministérios, para debater os desafios das pessoas com deficiência e propor melhorias sobre as leis de acessibilidade no país.

 

Em outro vídeo publicado pelas redes sociais, a professora esclarece que preencheu toda a documentação necessária para viajar e que a companhia aérea estava ciente, antes mesmo do embarque, sobre a necessidade de um assento ao lado da mãe dela.

"No momento do check-in, mandaram eu solicitar a realocação de assentos com o comissário, chefe de bordo. Eu fui conversar com esse comissário e, desde o primeiro momento, ele já foi muito ríspido e grosso comigo, falando que não havia possibilidade de troca de assento, visto que as pessoas já tinham pagado por aquele assento", explicou.

Ao ter o direito negado e tentar explicar sua condição, Aline sugeriu viajar no colo da acompanhante, como forma de questionar o profissional.

“Eu sei que o embarque no colo é somente para crianças até dois anos de idade. Mas aí eu falei isso com ele justamente porque ele estava questionando que, se ele deixasse eu embarcar no colo, ele estaria infringindo uma lei. Mas se você infringir a lei da pessoa com deficiência viajar ao lado da companhia dela, qual é a diferença?”, contou.

A situação só foi resolvida quando um passageiro se voluntariou para trocar de lugar.

“Todos os passageiros estavam ouvindo, eu passei por um constrangimento muito grande, uma humilhação. Ele falava que era só eu ir amarrada num cinto, que eu conseguia ficar no assento, e eu tive que explicar milhares de vezes sobre minha deficiência, na frente de todo mundo”, concluiu.

Em nota enviada à reportagem de O TEMPO, a LATAM esclarece que em nenhum momento impediu a passageira e a sua acompanhante de viajarem lado a lado nas primeiras fileiras da cabine adquirida (Economy), cumprindo rigorosamente o que determina a Resolução 280 da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) para o embarque de Passageiros com Necessidade de Assistência Especial (PNAE) e seus acompanhantes.

"Durante o embarque, a cliente solicitou ser acomodada com a sua acompanhante em outra cabine (Premium Economy). No entanto, esse espaço já estava ocupado por outros passageiros e isso foi explicado pelos tripulantes. O embarque prosseguiu normalmente e a cliente viajou ao lado da sua acompanhante na primeira fileira da cabine Economy.

A LATAM reforça que adota todas as medidas necessárias para uma operação segura."

 

O que diz a Lei Brasileira de Inclusão

Conforme a Lei 13.146, de 6 de julho de 2015, também conhecida como Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, trata do conjunto de dispositivos destinados a assegurar e a promover, em igualdade de condições com as demais pessoas, o exercício dos direitos e liberdades fundamentais de PCDs.

 

 

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