A Polícia Civil prendeu um monitor escolar suspeito de abusar de pelo menos cinco meninos que têm entre 9 e 12 anos, entre eles quatro alunos, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. R.J.C., de 26 anos, trabalhava como monitor de reforço em uma escola municipal da capital e confessou quatro dos cinco casos confirmados pela polícia. De acordo com o delegado João César Bicalho, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, a quinta vítima seria o filho da namorada do suspeito.
A polícia chegou até R.J.C. depois que uma das vítimas contou sobre o abuso para a família, que registrou boletim de ocorrência. Durante as investigações, o suspeito acabou confessando os crimes. Segundo o delegado responsável pelo caso, os abusos aconteciam na casa de R.J.C., que mora com a mãe, o padrasto e o irmão. A polícia descarta a participação deles nos crimes. As vítimas eram atraídas por convites para jogar videogame ou para brincar com os filhos que o monitor dizia ter. Alguns deles chegaram a passar a noite na casa de R.J.C.. As investigações apontaram que um dos abusos aconteceu em um alojamento, durante uma viagem dos alunos para participar de uma competição estudantil.
O monitor trabalhava na escola há quatro anos e era muito querido pelos alunos. Segundo o delegado João César Bicalho, ele tinha a confiança dos pais e chegou a coordenar uma campanha contra a pedofilia na instituição. “Pelo perfil dele, acredito que ele possa ter algum tipo de doença psicológica. Ele é muito esquisito, muito diferente do perfil que a gente está acostumado a ver aqui”, disse o delegado. Em depoimento, R.J.C. disse que foi abusado por um vizinho quando tinha 6 anos de idade, mas nunca contou a ninguém
Na casa do suspeito foram apreendidos um notebook, um computador do tipo desktop e um CD contendo fotos com os estudantes. No entanto, até o momento, não foi encontrado conteúdo associado à pornografia infantil.
R.J.C. está detido em um presídio em Ribeirão das Neves e o delegado informou que vai pedir a conversão da prisão temporária em prisão preventiva. O inquérito sobre o caso já foi concluído e deve ser enviado à Justiça nos próximos dias. Se condenado, o suspeito pode pegar até 40 anos de prisão.